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Centeno defende estudo do IRC e diz que papel do Banco de Portugal é “aconselhar”

“O Banco de Portugal no papel que tem no seu mandato face à República Portuguesa é aconselhar”, reiterou Mário Centeno, na apresentação do Boletim Económico de dezembro.
13 Dezembro 2024, 14h10

O governador do Banco de Portugal defendeu que o papel do Banco de Portugal é aconselhar e defende o estudo feito sobre os efeitos do IRC como estando enquadrado nessa missão.

“O Banco de Portugal no papel que tem no seu mandato face à República Portuguesa é aconselhar”, reiterou Mário Centeno, na apresentação do Boletim Económico de dezembro.

O governador respondia a questões sobre algumas discordâncias com o Governo, e apontou que na execução do seu mandato, na relação com todos os ministros das Finanças e primeiros-ministros com quem trabalhou, “não há nenhum número que eles não tenham visto antes”.

“Partilho tudo o que o banco faz com todas entidades responsáveis da República Portuguesa”, assegurou o governador.

Centeno veio também em defesa do estudo sobre o IRC elaborado por técnicos do BdP, que concluiu que a descida de 1 ponto percentual do IRC teria um impacto negativo na economia caso as empresas não reinvistam a poupança, argumentando que “aquele texto é talvez o texto mais sério” que viu “feito sobre o IRC nos últimos anos, não tem nada que não esteja imbuído no papel do BdP de aconselhar”.

O governador falou sobre a discordância relativamente à saída de jovens qualificados do país, salientando que se há umas semanas disse que Portugal “tem um número de licenciados crescente acima dos que são formados, foi só porque é isso que os números dizem”.

Em causa estão declarações de Centeno de que “o país vive focado numa realidade que é descrita com números enganadores” e que cabe a uma entidade com a responsabilidade do Banco de Portugal “alertar para isso”, pois não é possível fazer “boas políticas económicas sem bons dados e boa análise económica”.

O ministro das Finanças refutou depois, na discussão sobre o Orçamento do Estado para 2025, que Portugal tem um “problema de retenção e atração de jovens qualificados”, sinalizando que entre 2021 e 2023 o país perdeu “42 mil jovens com habilitações superiores”.

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