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Centeno devia ter rejeitado logo hipótese de corrida a Belém? “Não faria mais coisas no meu dia a dia”

Governador do Banco de Portugal foi acusado pelo deputado do CDS de ter alimentado durante meses a hipótese de ser candidato a Presidente da República, causando “danos” ao regulador.
21 Janeiro 2025, 13h29

Acusado pelo deputado do CDS Paulo Núncio de alimentar a hipótese de vir a ser candidato a Presidente da República ao longo de meses e de, com isso ter causado “danos” na reputação e na independência do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno disse que não faria outras coisas no seu dia a dia se rejeitasse “liminarmente” notícias que o colocavam na corrida a Belém.

“Se eu tivesse que abordar esse tema como o deputado propõe (“rejeitar liminarmente” na primeira notícia sobre o tema) não faria muito mais coisas no meu dia a dia”, disse o governador, defendendo que “foi uma decisão pessoal [fazê-lo agora] que nunca e jamais interferiu nas funções do BdP e na forma como o BdP as exerceu”.

Mário Centeno colocou-se de fora da corrida a Belém na semana passada, em entrevista à RTP. “Não vou ser candidato [à Presidência da República], nem vou apresentar nenhuma candidatura. Não está no meu horizonte que isso aconteça. É uma decisão pessoal, tomada dentro do meu círculo pessoal, da minha família, da visão pessoal e profissional que tenho de mim mesmo e do que quero fazer no futuro”, disse.

Na audição de hoje no Parlamento sobre o salário dos consultores do BdP, Paulo Núncio acusou Centeno de ter ser o governador mais próximo do poder político que alguma vez houve em Portugal, entendendo que devia ter apresentado a demissão quando António Costa ponderou apresentar o seu nome como primeiro-ministro, na sequência da demissão do então líder do executivo. “Nunca aceitei nem nunca me dispus a aceitar nenhum convite por uma razão muito simples: não houve convite. Isso ficou muito claro”, respondeu o antigo ministro das Finanças.

Sobre a sua passagem do governo para o BdP, Mário Centeno lembrou outros governadores que estiveram na esfera da política: “Miguel Beleza, António de Sousa, Silva Lopes e Vitor Constâncio”.

 

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