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Centeno elogia subida de rating dos bancos pela Moody’s

“Seis bancos portugueses viram o seu rating melhorar, dois deles estavam já na categoria A e dois deles passaram a ter também a classificação de grau de investimento, o que são excelentes notícias para os bancos portugueses e para a estabilidade financeira”, sublinhou o Governador do Banco de Portugal.
22 Novembro 2023, 14h51

Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal, elogiou hoje a subida de rating de seis bancos portugueses – Caixa Geral de Depósitos, BCP, Novobanco, Santander Totta, BPI e Banco Montepio – na sequência da subida da classificação, na passada sexta-feira, da dívida pública de Portugal – que teve um “upgrade” de dois níveis, para A3.

O Governador elogiou a trajetória de consolidação orçamental e a consequente melhoria da notação de crédito por parte das principais agências de rating internacionais, e, a propósito desse facto, destacou a subida do rating dos bancos. “Seis bancos portugueses viram o seu rating melhorar, dois deles estavam já na categoria A e dois deles passaram a ter também a classificação de grau de investimento, o que são excelentes notícias para os bancos portugueses e para a estabilidade financeira”.

No rating dos depósitos de longo prazo, o BPI e o Santander Totta que já estavam na categoria A subiram mais um degrau, para A2, e a CGD e o BCP já estavam em investimento de qualidade, mas conseguiram passar a ser classificados na categoria ‘A’. Já o Novobanco saiu do “lixo” (investimento especulativo), ao atingir a classificação Baa2, e o Crédito Agrícola permaneceu no mesmo nível.

A Moody’s subiu o rating dos depósitos (Long-Term Bank Deposits) do Banco Montepio para o nível de investimento (investment grade), de Baa3 e da Dívida sénior não garantida (Senior Unsecured debt) para Ba2 (o do Montepio saiu de “junk”).

Quanto ao rating da dívida sénior não garantida do Santander Totta, BPI e Crédito Agrícola, este foi mantido, enquanto o dos restantes bancos foi revisto em alta.

“A estabilidade financeira tem-se consubstanciado numa redução do risco do balanço dos bancos, num redução dos rácios de incumprimento, da dívida de todos os sectores económicos nacionais, numa mais forte capitalização da banca, e nos excedentes orçamentais que a administração pública tem apresentado nos últimos anos”, disse o Governador.

Mário Centeno, voltou a falar do turning point dos resultados positivos na banca que ocorreu em 2018. “Mas se olharmos para o período todo de 2010 a 2023, vemos que os resultados médios do sistema bancário são baixos”, frisou.

“Estamos num ciclo de subida de taxas de juro da política monetária, que se traduz numa aperto das condições financeiras, mas que se espera que no futuro próximo se inverta, pois a inflação está a descer mais rápido do que o que subiu”, disse Centeno que justifica a inflação com uma sucessão de choques, a maior parte vindo do lado da oferta. A reversão dos choque da oferta com o aperto da política monetária tem contribuído para a descida da inflação, disse o economista Mário Centeno que não deixou de alertar que a “taxa de juro real vai continuar a subir nos próximos meses”.

A redução dos défices externos da economia foi salientado pelo Governador que disse que essa redução só existe por causa da “forte desalavancagem dos setores económicos”.

Mário Centeno, durante a apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira de outono, elogiou o desempenho positivo do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego a permanecer baixa, refletindo a escassez de oferta de mão-de-obra, que favorece a resiliência do rendimento das famílias num cenário de abrandamento da atividade económica.

“Os riscos e vulnerabilidade” estão sempre presentes, alertou no entanto Centeno.

 

 

 

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