Cerca de 6.000 pessoas queixaram-se à GNR, nos últimos cinco anos, de que o seu cartão multibanco ou de crédito tinha sido clonado, revelou à Lusa a força de segurança.
Os dados baseiam-se na “perceção inicial da vítima no momento de apresentação da queixa” e não no desfecho das investigações, competência da Polícia Judiciária (PJ).
No total, a GNR registou, entre 1 de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2024, 5.884 crimes por clonagem de cartão multibanco ou de crédito, que causaram 6.050 vítimas.
No ano passado, cujos dados são ainda provisórios, foram contabilizadas 933 vítimas, o valor mais baixo dos últimos cinco anos.
Em 2023, tinham sido 1.418; em 2022, 1.228; em 2021, 1.097, e, em 2020, 1.374.
A evolução acompanha a do número de crimes: 912 em 2024, 1.368 em 2023, 1.192 em 2022, 1.072 em 2021, e 1.340 em 2020.
A maioria das ocorrências registou-se nos distritos do Porto (1.084), de Lisboa (777), de Setúbal (643), de Braga (634) e de Aveiro (548).
Os cinco distritos concentram também o maior número de vítimas: 1.109 no Porto, 801 em Lisboa, 673 em Setúbal, 649 em Braga e 564 em Aveiro.
Contactada pela Lusa, a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) corrobora não ter registo de um aumento recente de clonagem de cartões.
A organização acrescenta que, por norma, é após identificarem nos extratos de conta movimentos que não foram feitos por si que as vítimas se apercebem de que o seu cartão foi clonado.
A Deco aconselha que, assim que tal seja detetado, o lesado reporte a situação às autoridades e ao “prestador de serviços de pagamento (como o banco) ou à SIBS”, responsável pela gestão das redes Multibanco e ATM Express.
Ao nível da prevenção, a GNR recomenda aos cidadãos que verifiquem se as caixas multibanco não têm peças na ranhura para inserir o cartão nem câmaras de filmar, bem como que ocultem “a marcação do código PIN com a mão”.
É ainda aconselhável que não se escreva o PIN no próprio cartão nem se deixe “os talões de registo de operações na caixa multibanco”.
Em lojas e restaurantes, a recomendação é para que os clientes nunca percam de vista os cartões de débito ou crédito.
O pagamento através de referências multibanco e não com número do cartão de crédito e código CVC, a opção por cartões virtuais “com quantias aproximadas do valor da compra”, e a confirmação de que em causa estão sites “verdadeiros e seguros” são as medidas aconselhadas pela GNR em compras online.
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