O Conselho de Finanças Públicas (CFP) mantém a sua previsão de crescimento em 1,6% para este ano, face à previsão anterior divulgada em setembro. Uma desaceleração depois de a economia portuguesa ter crescido 2,3% em 2023.
No entanto, o outlook encontra-se “condicionado pelo contexto de incerteza geopolítica que decorre dos conflitos militares na Ucrânia e na Faixa de Gaza e pela decisão do BCE em manter as taxas de juro em níveis ainda elevados, o que deverá continuar a condicionar a procura interna, pelo menos na primeira metade do ano”, segundo o relatório hoje divulgado “as Perspetivas Económicas e Orçamentais 2024-2028”.
Mas à boleia do dinheiro do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o CFP espera, no médio prazo, que a inflação continue a descer rumo aos 2%. E “na ausência de choques adicionais”, a economia deverá crescer 2% em termos reais, isto também no médio prazo: 1,6% em 2024, 1,9% em 2025 e 2,1% em 2026.
Em termos orçamentais, o CFP espera uma “continuidade de excedentes” até 2028, mas menores face aos 1,2% do PIB verificados em 2023: 0,5% do PIB em 2024, 0,6% em 2025, 0,1% em 2026 e 0,8% em 2027 e 2028.
Já o rácio da dívida deverá recuar 10 p.p. do PIB entre 2023 e 2028, “ano em que deverá situar-se próximo de 80% do PIB”.
Em termos de inflação, a expetativa é uma “redução gradual no crescimento do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) ao longo de todo o horizonte de projeção”: 2,6% em 2024, e estabilizando em 1,9% a partir de 2027, com esta evolução a ” refletir a contínua desaceleração no crescimento dos preços dos bens alimentares e o impacto da transmissão da política monetária mais restritiva sobre a economia”.
Olhando para o mercado de trabalho, o ritmo de criação de emprego deverá desacelerar para 0,3% este ano e convergir para 0,1% em 2028. Já a taxa de desemprego deverá manter um perfil descendente: recuo para 6,4% em 2024, e até 6% no médio prazo.
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