Inteligência artificial, taxas de juro, e habitação. Estes foram os pontos fortes da intervenção do presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, durante os Encontros Fora da Caixa, um evento da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que passa esta sexta-feira pelo Funchal, com o tema ‘Madeira: perspetivas do próximo ciclo político e económico’.
Um dos pontos altos da intervenção de Paulo Macedo foi a concessão de crédito habitação pelo banco. Paulo Macedo alertou para a escassez de oferta de habitação que existe em terras lusitanas que contrasta com a procura que tem existido por crédito habitação. Só no mês passado a CGD concedeu 500 milhões de euros em crédito habitação, confirmou o presidente da Comissão Executiva do banco.
No que diz respeito à situação da CGD, Paulo Macedo referiu que o banco está bem ao nível “de capital e de liquidez”, e confirmou que a Madeira “está a crescer a dois dígitos” no crédito às empresas.
Paulo Macedo referiu que a baixa das taxas de juro tem sido uma boa notícia para Portugal face à subida dos rendimentos. O líder da CGD referiu que em Portugal com ordenados a “subir acima” da inflação, com uma taxa de juro mais baixa, e com a descida no IRS, vai existir “menos pressão” para quem compra casa. “Isto dá mais algum poder de compra”, referiu Paulo Macedo.
O líder da CGD referiu que este cenário de baixa das taxas de juro dá também “mais capacidade de endividamento” tendo em conta a descida do custo do dinheiro e a subida do rendimento.
No que diz respeito à política monetária adiantou que apesar de “previsível” a descida das taxas de juro estas devem acontecer a um ritmo menor face ao previsto “porque temos pressões inflacionistas que são mais acentuadas” tendo em conta a influência das tarifas e a valorização das commodities (como por exemplo as oscilações que têm existido no preço do petróleo).
Paulo Macedo deixou ainda críticas à postura da Europa no que diz respeito à regulamentação face a outras culturas como a norte-americana e chinesa, dando a título de exemplo a inteligência artificial. Paulo Macedo adiantou que o banco está a apostar na inteligência artificial. O líder da CGD considerou que é preciso regular esta área mas defendeu que para isso acontecer é preciso “ter primeiro uma coisa feita” para regulamentar.
No que diz respeito ao setor da banca, Paulo Macedo afirmou que não defende que exista uma “grande desregulamentação” para a banca. “A banca deve ser regulada”, disse o presidente da Comissão Executiva da CGD.
Paulo Macedo deixou ainda críticas às tarifas. O líder da Caixa disse que não acredita que vão existir tarifas de 150% mas que a existir tarifas isso vai “prejudicar o crescimento mundial e os consumidores”.
O líder da Caixa considerou também que se “calhar um pouco tarde demais”, a Europa estava protegida em termos de defesa pelos Estados Unidos. “Neste momento a Europa está convencida que tem fazer alocação do investimento em defesa sem precedentes”, afirmou Paulo Macedo.
Paulo Macedo reforçou que com as tarifas e esta alocação de recursos, entre os quais ao setor da defesa, “vai tornar o crescimento mais lento”, sendo estes alguns dos fatores que estão a “condicionar” o crescimento mundial nestes últimos anos.
O presidente da Comissão Executiva da CGD destacou ainda o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) quando salientou que deve existir em 2025 e 2026 uma execução mais significativa destas verbas. Tendo em conta este cenário Paulo Macedo alertou para a possibilidade de existir uma “maior pressão” sobre o défice público.
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