[weglot_switcher]

CGD já consumiu 46% da garantia estatal para crédito jovem

A CGD já concedeu 800 milhões de euros de crédito ao abrigo do regime de apoio aos jovens até aos 35 anos na compra da primeira casa.
30 Julho 2025, 11h23

Paulo Macedo, CEO da CGD, revelou na conferência de imprensa, que a Caixa Geral de Depósitos já consumiu 46% da garantia estatal para crédito jovem que coube ao banco e que foi de 257 milhões e este crédito jovem tem contribuído para o aumento de produção do crédito à habitação registada no primeiro semestre. “Mas ainda não é a maior parte”, disse o CEO da CGD.

Essa percentagem, que é de 46,7% da garantia estatal, corresponde à concessão de 800 milhões de euros de crédito ao abrigo do regime de apoio aos jovens até aos 35 anos na compra da primeira casa, desde o início da medida.

“Nós temos contratado, relativamente ao crédito jovem, um valor que é 670 milhões de euros [este semestre]”, revelou Paulo Macedo. O remanescente até aos 800 milhões está em vias de contratação.

O loan-to-value (LYV) médio do crédito à habitação com garantia do Estado é de  99,6%, revelou o CEO.

A garantia só é aplicável para operações com LTV acima de 85% e máximo de 100%. O crédito à habitação com garantia do Estado elevou o LTV médio da carteira para 71%

Destaque para o novo crédito à habitação na CGD que registou um valor de 2.581 milhões de euros, no semestre. 

“A CGD financiou 17 mil casas este semestre, 80% das quais casas usadas e cerca de 90% para habitação e 11% para investimento ou arrendamento”, disse o CEO.

O valor médio de financiamento foi de 250 mil euros (média que é calculada pelos empréstimos no país todo).

O crédito à habitação a carteira de Crédito Habitação cresceu o saldo em cerca de 1,2 mil milhões (entre entradas e amortizações).

Recorde-se que segundo dados do Banco de Portugal, no primeiro semestre de 2025 foram celebrados 10,7 mil contratos de crédito à habitação própria e permanente ao abrigo do regime de garantia do Estado.  Nos primeiros seis meses deste ano, os bancos que aderiram a esta facilidade concederam créditos à habitação no valor de 2,1 mil milhões de euros, de acordo com os mesmos dados.

No primeiro semestre, a carteira de crédito a clientes da CGD aumentou cerca de 2,3 mil mil milhões com o crescimento quer nas Empresas e Institucionais (1,0 mil milhões), quer nos Particulares (1,3 mil milhões), cerca de 1,2 mil milhões no Crédito Habitação (saldo entre entradas e amortizações) e cerca de 100 milhões no Crédito ao Consumo.

“Crescemos no crédito à habitação, no crédito ao consumo, no crédito a PMEs e crescemos no crédito em geral. Destaco que crescemos a dois dígitos no crédito ao setor agrícola, crescemos no crédito à indústria e aos serviços e no crédito à construção e imobiliário”, salientou Paulo Macedo.

O CEO esclareceu que as empresas tinham tido um bom ano de 2024 que se vai refletir na receita fiscal de 2025, em média. O crédito malparado nunca foi tão baixo nas empresas no geral, disse o CEO.

“Temos malparado historicamente baixo também nos particulares. Os particulares têm no entanto um aumento do endividamento”, disse citando dados do banco central.

Paulo Macedo comentou ainda a iniciativa da Autoridade da Concorrência de lançamento de um inquérito setorial à banca de retalho, que prevê ter concluído até ao final, com vista a melhorar mobilidade dos clientes, o CEO da Caixa rejeita a ideia de que não há mobilidade dos cliente bancários, e citou, entre outros o caso da mobilidade do crédito à habitação onde “há a maior mobilidade”.

Na Caixa entraram 449 milhões de euros e saíram 372 milhões sendo o saldo de 77 milhões de euros. “Noutros semestres chegaram a ser maiores valores”, referiu.

“Nos depósitos somos muitas vezes trocados por 0,1% ou 0,5%”, disse ainda.

Na opinião da AdC “a banca de retalho ser um setor propenso a barreiras à mobilidade, dadas as potenciais dificuldades na pesquisa e na comparação dos diferentes produtos bancários e/ou financeiros, bem como potenciais dificuldades no processo de mudança de conta”.

“O que nós vemos é que a concorrência é cada vez maior, nomeadamente nos depósitos” disse citando como exemplo bancos online que oferecem 2% (numa clara referência ao Revolut).

(atualizada)

 

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.