Paulo Macedo, CEO da CGD, revelou na conferência de imprensa, que a Caixa Geral de Depósitos já consumiu 46% da garantia estatal para crédito jovem que coube ao banco e que foi de 257 milhões e este crédito jovem tem contribuído para o aumento de produção do crédito à habitação registada no primeiro semestre. “Mas ainda não é a maior parte”, disse o CEO da CGD.
Essa percentagem, que é de 46,7% da garantia estatal, corresponde à concessão de 800 milhões de euros de crédito ao abrigo do regime de apoio aos jovens até aos 35 anos na compra da primeira casa, desde o início da medida.
“Nós temos contratado, relativamente ao crédito jovem, um valor que é 670 milhões de euros [este semestre]”, revelou Paulo Macedo. O remanescente até aos 800 milhões está em vias de contratação.
O loan-to-value (LYV) médio do crédito à habitação com garantia do Estado é de 99,6%, revelou o CEO.
A garantia só é aplicável para operações com LTV acima de 85% e máximo de 100%. O crédito à habitação com garantia do Estado elevou o LTV médio da carteira para 71%
Destaque para o novo crédito à habitação na CGD que registou um valor de 2.581 milhões de euros, no semestre.
“A CGD financiou 17 mil casas este semestre, 80% das quais casas usadas e cerca de 90% para habitação e 11% para investimento ou arrendamento”, disse o CEO.
O valor médio de financiamento foi de 250 mil euros (média que é calculada pelos empréstimos no país todo).
O crédito à habitação a carteira de Crédito Habitação cresceu o saldo em cerca de 1,2 mil milhões (entre entradas e amortizações).
Recorde-se que segundo dados do Banco de Portugal, no primeiro semestre de 2025 foram celebrados 10,7 mil contratos de crédito à habitação própria e permanente ao abrigo do regime de garantia do Estado. Nos primeiros seis meses deste ano, os bancos que aderiram a esta facilidade concederam créditos à habitação no valor de 2,1 mil milhões de euros, de acordo com os mesmos dados.
No primeiro semestre, a carteira de crédito a clientes da CGD aumentou cerca de 2,3 mil mil milhões com o crescimento quer nas Empresas e Institucionais (1,0 mil milhões), quer nos Particulares (1,3 mil milhões), cerca de 1,2 mil milhões no Crédito Habitação (saldo entre entradas e amortizações) e cerca de 100 milhões no Crédito ao Consumo.
“Crescemos no crédito à habitação, no crédito ao consumo, no crédito a PMEs e crescemos no crédito em geral. Destaco que crescemos a dois dígitos no crédito ao setor agrícola, crescemos no crédito à indústria e aos serviços e no crédito à construção e imobiliário”, salientou Paulo Macedo.
O CEO esclareceu que as empresas tinham tido um bom ano de 2024 que se vai refletir na receita fiscal de 2025, em média. O crédito malparado nunca foi tão baixo nas empresas no geral, disse o CEO.
“Temos malparado historicamente baixo também nos particulares. Os particulares têm no entanto um aumento do endividamento”, disse citando dados do banco central.
Paulo Macedo comentou ainda a iniciativa da Autoridade da Concorrência de lançamento de um inquérito setorial à banca de retalho, que prevê ter concluído até ao final, com vista a melhorar mobilidade dos clientes, o CEO da Caixa rejeita a ideia de que não há mobilidade dos cliente bancários, e citou, entre outros o caso da mobilidade do crédito à habitação onde “há a maior mobilidade”.
Na Caixa entraram 449 milhões de euros e saíram 372 milhões sendo o saldo de 77 milhões de euros. “Noutros semestres chegaram a ser maiores valores”, referiu.
“Nos depósitos somos muitas vezes trocados por 0,1% ou 0,5%”, disse ainda.
Na opinião da AdC “a banca de retalho ser um setor propenso a barreiras à mobilidade, dadas as potenciais dificuldades na pesquisa e na comparação dos diferentes produtos bancários e/ou financeiros, bem como potenciais dificuldades no processo de mudança de conta”.
“O que nós vemos é que a concorrência é cada vez maior, nomeadamente nos depósitos” disse citando como exemplo bancos online que oferecem 2% (numa clara referência ao Revolut).
(atualizada)
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com