O presidente e deputado único do Chega, André Ventura, acusou o Governo de “brincar com as pessoas” devido à “falta de clareza” no processo de desconfinamento. Em declarações a jornalistas depois de ter falado por videoconferência com o Presidente da República, o líder partidário disse que António Costa “não conseguiu passar a mensagem ao país” apesar de todas as conferências de imprensa e quadros “a verde, laranja, vermelho e azul” que tem apresentado.
Entre as indicações que deixou a Marcelo Rebelo de Sousa, André Ventura insistiu na ideia de que o desconfinamento “não pode ficar só nas mãos dos epidemiologistas e especialistas em saúde pública”. Algo que garantiu nada ter a ver com uma questão de incompetência científica, mas sim porque “o país não aguenta muito mais tempo nestas circunstâncias”.
Tal como tem defendido, o líder do Chega defendeu que “o pior para o país é a incerteza”, enumerando sectores de atividade que ainda não sabem quando poderão voltar a reabrir portas e apontando que existe “um responsável que se chama António Costa”.
Sobre a reunião do Infarmed realizada na manhã desta terça-feira, Ventura destacou “dois dados preocupantes”. Não apenas o aumento do índice de transmissibilidade do SARS-CoV-2, mas também a percentagem das novas variantes do coronavírus nos casos de Covid-19 que estão a ser detetados, com os especialistas a admitirem que ultrapasse os 80%, num “cenário sem dúvida preocupante”.
Também não poupou críticas à ministra da Saúde, Marta Temido, que no final da sessão epidemiológica sublinhou que Portugal se encontra em contraciclo com o que se passa na Europa quanto à evolução da pandemia. “Como se podem vangloriar dos números se a única solução foi fechar tudo?”, inquiriu André Ventura, garantindo que “os negócios e as vidas das pessoas são sérios de mais” para que se brinque com eles.
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