De uma economia pouco desenvolvida com mais de dois terços da população a viver abaixo do limiar da pobreza, a China saltou para a liderança da economia global em poucas décadas, um milagre de desenvolvimento que agora parece estar a perder fôlego. As notícias no último ano foram mistas, com sinais de fraqueza, embora localizados, mas com a economia em linha para atingir novamente o objetivo de crescimento definido pelo Governo, de 5%. Pequim procura transformar esta evolução em influência geoestratégica, um plano que tem tido bastante sucesso, mas o crescimento económico terá de continuar a suportar este objetivo.

A ideia de pico do poderio chinês começou a ser explorada durante a pandemia, dada a perceção por alguns analistas de que as dificuldades demográficas do país, a queda da produtividade e os elevados níveis de endividamento levariam a uma estagnação económica, levando mesmo a alguns paralelos com outro gigante asiático, o Japão. No entanto, e apesar de algumas desilusões em sectores específicos, a tendência parece ser de novo ano de crescimento robusto pelos padrões internacionais, com o Governo a estimular de forma limitada ramos de atividade vistos como chave, enquanto procura apertar as condições noutros.

O sector que mais atenções tem atraído é o do imobiliário, funcionando como um espelho da situação económica geral do país. Ao liberalizar o investimento no sector a seguir à crise financeira de 2008, o ramo tornou-se um motor crucial para o desenvolvimento e crescimento do país, contribuindo com um terço da formação bruta de capital fixo e do crescimento do PIB entre 2010 e 2019, mas os problemas rapidamente se amontoaram com um disparo na dívida.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor