A China, 53 países africanos e a União Africana pediram hoje à comunidade internacional, em particular aos Estados Unidos, para que resolvam disputas comerciais com diálogo baseado no “respeito e reciprocidade”, rejeitando o unilateralismo e medidas económicas coercivas.
“Perante as tentativas de certos países de perturbar a ordem económica e comercial internacional existente através de tarifas, prejudicando os interesses comuns da comunidade internacional, pedimos a todos os países – especialmente os Estados Unidos – que regressem ao caminho correto de resolver disputas comerciais através de consultas baseadas em igualdade, respeito e reciprocidade”, refere-se na declaração emitida pelo Ministério das Relações Exteriores da China.
O comunicado foi divulgado no final da reunião de acompanhamento do Fórum de Cooperação China África (FOCAC), realizada na cidade central chinesa de Changsha, onde foi discutida a aplicação dos acordos da última reunião de Pequim, em 2024.
Os signatários denunciaram que o uso de tarifas e outras barreiras está “a perturbar a ordem económica e comercial internacional existente” e alertaram que “nenhum país deve fazer concessões ou acordos às custas dos interesses de outros”.
Nesse contexto, eles pediram que a comunidade internacional “aumente substancialmente – e não reduza drasticamente – a ajuda ao desenvolvimento da África”, com o objetivo de melhorar os meios de subsistência, reduzir a pobreza e promover o desenvolvimento económico e social no continente.
Como parte dos seus compromissos, a China anunciou isenções tarifárias totais para produtos tributáveis dos 53 países africanos com os quais mantém relações diplomáticas – exceto Esuatini -, bem como novas medidas para facilitar o acesso de produtos africanos ao seu mercado.
Na reunião foi apresentada uma lista detalhada do estado dos acordos de Pequim e foi lançado o programa comercial China África programado para 2026.
Paralelamente, Pequim reafirmou a sua disponibilidade para cooperar com a África em setores como indústria verde, comércio eletrónico, inteligência artificial, segurança e governança, no contexto de uma relação económica que ganhou peso.
Segundo dados da Administração Geral de Alfândegas, o comércio bilateral superou os 2,1 trilhões de yuans (255,7 biliões de euros) em 2024, enquanto nos primeiros cinco meses de 2025 cresceu 12,4% em relação ao ano anterior, até 963,21 biliões de yuans (117,29 biliões de euros).
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