A China, crítica às sanções de Washington contra Teerão, anunciou hoje, dia 15 de janeiro, o início da implementação de um acordo estratégico com o Irão para fortalecer a cooperação económica e política entre os dois países, avança a agência noticiosa Lusa.
A China e o Irão assinaram o acordo em 2021, após anos de negociações, sendo que a parceria pretende abranger áreas tão variadas como energia, segurança, infraestruturas e comunicações.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e o seu homólogo iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, anunciaram na sexta-feira o estabelecimento do acordo, durante uma reunião em Wuxi, no leste da China, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, em comunicado.
Poucos detalhes deste acordo secreto foram divulgados, mas o jornal norte-americano ‘The New York Times’ avançou em 2020, citando um rascunho do documento, que o pacto irá garantir à China um fornecimento estável de petróleo.
Pequim é um dos principais parceiros comerciais do Irão e foi um de seus maiores compradores de petróleo antes de o então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reimpor sanções unilaterais, em 2018.
A China parou oficialmente de importar petróleo do Irão, mas analistas dizem que o petróleo iraniano continua a entrar naquele país como matéria importada oficialmente de outros países.
Wang disse na sexta-feira que a China continuará a “opor-se a sanções unilaterais ilegais contra o Irão”.
Pequim pretendia, há muito tempo, fortalecer os laços com Teerão, tendo o Presidente chinês, Xi Jinping, descrito o Irão como “o principal parceiro da China no Médio Oriente” durante uma rara visita ao país, em 2016.
A reunião dos dois ministros acontece enquanto continuam negociações em Viena sobre um possível acordo para acabar com o desenvolvimento de armas nucleares em Teerão.
Um acordo de 2015 – assinado pelo Irão, Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha – levantou algumas das sanções a Teerão em troca da limitação do programa nuclear do Irão.
No entanto, os Estados Unidos retiraram-se unilateralmente do acordo em 2018, reimpondo sanções duras, o que resultou num recuo por parte de Teerão dos compromissos relativos ao seu programa nuclear.
As negociações para salvar o acordo nuclear recomeçaram no final de novembro, após um hiato em junho, quando o Irão elegeu um novo governo ultraconservador.
A China acredita que os Estados Unidos são responsáveis pelo estado atual do acordo, como afirmou o próprio ministro Wang ao seu homólogo iraniano, segundo o comunicado.
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