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China vai perder 100 milhões de trabalhadores na próxima década

No início deste ano, a população chinesa registou a segunda queda anual consecutiva, tendo perdido dois milhões de pessoas em 2023. Esta diminuição de população deveu-se à queda do número de nascimentos e ao aumento das mortes.
1 – China
18 Setembro 2024, 15h31

O envelhecimento da população e a fraca natalidade têm sido problemas enfrentados por muitos países, como o Japão, China e alguns países da Europa. No entanto, os desafios que a China enfrenta são os mais graves, uma vez que é esperado que o país asiático perca 100 milhões de trabalhadores em cada uma das próximas décadas.

No início deste ano, a população chinesa registou a segunda queda anual consecutiva, tendo perdido dois milhões de pessoas em 2023. Esta diminuição de população deveu-se à descida dos nascimentos e ao aumento das mortes.

É esperado que, até 2035, cerca de 30% da população chinesa esteja na faixa etária dos 60 ou mais anos, um valor que fica acima dos 14,2% de 2021. No entanto, a situação deverá piorar enquanto se caminha para 2070, onde a população de idade superior a 60 anos deve atingir os 50%, de acordo com a base da ONU.

As previsões para a economia chinesa têm vindo a piorar e, segundo os gráficos da Apollo International Trading, a população em idade ativa deverá chegar a um pico máximo de mil milhões de pessoas, no entanto é esperado que este número caia para 400 milhões em 2100.

A situação da China contrasta com a Índia, sendo que se estima que ambas as economias atinjam cerca de mil milhões de pessoas em idade ativa este ano. Contudo, nas próximas duas décadas devem evoluir em direções diferentes, com a Índia a ver a sua população em idade ativa a aumentar em mais de 100 milhões de pessoas, enquanto a China vai diminuir a sua população.

Um relatório da Danske Bank afirma que “em termos gerais as economias de elevado rendimento vão seguir uma tendência, e as economias de baixo e médio rendimento outra, com notáveis exceções, como a China, cuja população ativa vai seguir uma trajetória descendente”.

Um dos fatores que contribuiu para esta descida acentuada da população foi a política do país asiático de um filho único. Enquanto esta medida fez descer a natalidade, a esperança média de vida chinesa aumentou para os 78 anos em 2021 e deverá ultrapassar os 80 anos em 2050.

Com a falta de nascimentos e o envelhecimento da população, o país enfrenta, também, um problema de escassez de mão-de-obra, que pode travar a economia, que cresceu 4,7% no segundo trimestre deste ano, abaixo da previsão dos analistas. Perante esta situação, as autoridades chinesas já decidiram aumentar a idade de reforma do país. No caso dos homens, passa para 63 anos e nas mulheres para 55 anos, em caso de trabalho manual, e para 58 anos noutros tipos de trabalho.

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