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Cimenteira moçambicana Dugongo investe 29,8 milhões em terceira fábrica

Sem avançar a data de início das obras, o coordenador do projeto explicou que o projeto terá a duração de 17 meses e vai empregar cerca de 900 trabalhadores na construção e 135 na operação.
8 Julho 2025, 17h32

A Moçambique Dugongo Cimentos vai investir cerca de 35 milhões de dólares (29,8 milhões de euros) numa terceira fábrica, no distrito de Ancuabe, na província de Cabo Delgado, norte do país, anunciou a empresa.

“Está a ser feito o conceito mais detalhado da unidade fabril e já foram feitas duas consultas comunitárias do DUAT [Direito de Uso e Aproveitamento da Terra] e esperamos ter outras consultas comunitárias no âmbito do licenciamento ambiental”, disse o coordenador do projeto de construção da nova fábrica, Anselmo Amurane, durante a primeira sessão extraordinária do Conselho Executivo Provincial de Cabo Delgado, realizada segunda-feira.

Sem avançar a data de início das obras, Amurane explicou que o projeto terá a duração de 17 meses e vai empregar cerca de 900 trabalhadores na construção e 135 na operação.

“Contamos também em dar a nossa contribuição na capacidade global no fornecimento e produção de cimento”, afirmou.

De acordo com a fonte da cimenteira, de capitais chineses, o projeto visa ainda empregar a camada juvenil da província de Nampula e transmitir conhecimentos técnicos, “algo que já está a acontecer ao nível de Maputo e Nacala”, localização das duas fábricas do grupo.

Com a nova unidade da Dugongo, Moçambique passará a contar com três fábricas da cimenteira.

A Moçambique Dungongo Cimentos é detida pelos grupos empresariais moçambicano SPI e chinês West China Cement Limited.

A SPI é uma entidade que tem sido associada por instituições de pesquisa à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e detém uma vasta carteira de negócios, situação que o partido no poder nunca comentou.

Logo após a entrada no mercado, em maio de 2021, a Dugongo praticou preços de cimento muito inferiores aos que eram aplicados no mercado, levando outros operadores a acusarem a empresa de concorrência desleal e de provocar a falência de outras cimenteiras e despedimentos de mão-de-obra no setor.

Depois de meses de atividade e com preços muito baixos, a empresa subiu o custo de cimento para níveis próximos do que era praticado pelas cimenteiras que foram obrigadas a encerrar.

Em setembro de 2022, a cimenteira assegurou que iria pagar uma sanção de 20,5 milhões de meticais (321 mil euros) então aplicada por práticas anticoncorrenciais.

A multa foi decretada pela Autoridade Reguladora da Concorrência com o fundamento de que a Dugongo não respondeu a perguntas do regulador sobre “metodologias de cálculo dos preços de venda” suscitadas por “indícios de práticas anticoncorrenciais no setor do cimento de construção”.

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