Luís Montenegro revelou ao Portal da Transparência a identidade de mais sete clientes da empresa familiar Spinumviva e destes novo grupo de clientes, cinco conseguiram lucrar mais de 100 milhões de euros com contratos já efetuados com o Governo da Aliança Democrática.
A informação foi avançada esta quinta-feira pelo “Correio da Manhã” e “CNN Portugal” e, de acordo com estes meios, duas destas empresas aumentaram a faturação com entidades da esfera do Estado desde a tomada de posse do atual governo liderado por Luís Montenegro.
Ao detalhe, a CNN Portugal revela que a ITAU, empresa do setor da alimentação, terá efetuado 24 contratos celebrados com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e com a CP, com uma faturação de mais de 50 milhões de euros.
Já a Inetum, uma multinacional de tecnologias de informação, celebrou 40 contratos com órgãos do Estado, com uma faturação de quase 40 milhões de euros. O maior contrato foi assinado durante a governação da AD.
Outro cliente da empresa familiar de Luís Montenegrom a Sogenave, do setor da alimentação, já celebrou 44 contratos no Governo da AD, sendo que o maior contrato foi adjudicado pela Segurança Social.
Na quarta-feira, o Expresso noticiou que o primeiro-ministro entregou uma nova declaração à Entidade para a Transparência, referindo mais empresas com as quais a Spinumviva trabalhou e fê-lo na véspera do frente a frente com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
Hoje, o Correio da Manhã e a CNN Portugal referem que duas destas empresas, que já tinham relações com o Estado, conseguiram contratos de milhões de euros já durante o Governo liderado por Luís Montenegro.
“Não admito essa insinuação”
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, recusou esta quinta-feira qualquer interferência na celebração de contratos entre o Estado e empresas que trabalharam com a Spinumviva, assinalando que contratos dessa natureza “nunca dependeram” de si.
“Absolutamente, não admito a ninguém sequer essa insinuação”, respondeu o chefe de Governo quando questionado se teve alguma interferência na realização de contratos entre o Estado e empresas com as quais a Spinumviva (empresa fundada por Luís Montenegro e que passou recentemente para os seus filhos) trabalhou.
Luís Montenegro falava aos jornalistas à chegada à residência oficial, em Lisboa, onde decorreu o evento “São Bento em família”, com momentos culturais abertos à população.
“Não faço a menor ideia, esses serviços quando foram prestados [pela Spinumviva] foram serviços muito limitados, foram dois ou três milhares de euros. Os contratos que essas empresas têm com o Estado não dependem de mim, nunca dependeram de mim”, salientou.
O primeiro-ministro indicou que foi a Entidade para a Transparência “que solicitou” essa nova informação e disse que cumpriu essa solicitação, apesar de achar que “não tinha de entregar aqueles elementos”.
Sobre o ‘timing’, disse não estranhar, e afirmou que o prazo “era aquele dia mesmo”, na véspera do debate entre os líderes da AD e do PS, e não foi fixado por si.
“Eu não estranho nada, eu cumpro as minhas obrigações, eu até não concordo que a lei obrigue à disponibilização daqueles elementos nas condições em que foram pedidos, mas não vou entrar agora nessa discussão. Independentemente de discordar, eu cumpri, e há uma coisa que quero aqui afirmar solenemente, a informação que foi publicitada, não tem a mínima intervenção da minha parte, por mim não era pública sequer”, indicou Luís Montenegro.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com