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Cirurgia robótica aumenta 25% em casos de cancro do pulmão na Península Ibérica

No caso do tratamento do cancro do pulmão ter indicação para cirurgia, o sistema robótico da Vinci tem demonstrado benefícios muito significativos para os pacientes, o que está a originar um crescimento muito expressivo do recurso à cirurgia torácica robótica.
31 Julho 2025, 18h05

O perfil do doente de cancro do pulmão está a mudar e estudos recentes revelam que a exposição prolongada a partículas finas pode causar mutações genéticas associadas ao cancro do pulmão em não fumadores, mais frequentes entre mulheres e indivíduos expostos à poluição do ar. 

No caso do tratamento do cancro do pulmão ter indicação para cirurgia, o sistema robótico da Vinci tem demonstrado benefícios muito significativos para os pacientes, o que está a originar um crescimento muito expressivo do recurso à cirurgia torácica robótica. No ano passado, na Península Ibérica, foram realizadas cerca de 1730 cirurgias com o sistema robótico da Vinci em casos de cancro do pulmão, o que revela um aumento superior a 25%face às 1382 intervenções registadas em 2023.

Quando questionado sobre o recurso à cirurgia assistida com o sistema robótico da Vinci nas doenças oncológicas do pulmão, Fernando Martelo, Diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital da Luz – Lisboa, esclareceu que: “no tratamento cirúrgico do cancro do pulmão é crucial efetuar disseções o mais completas possível, o que é determinante para um bom resultado na sobrevivência dos doentes. A capacidade de manobra e de disseção dos instrumentos robóticos, em espaço anatómico reduzido, permite maior precisão e segurança cirúrgica”. 

“Por outro lado, o sistema robótico da Vinci possibilita realizar cirurgias mais complexas, com maior destreza – quando é necessária disseção da artéria, veia e brônquio, no interior do pulmão – e com melhor preservação do tecido pulmonar. A disseção ganglionar mediastínica pode ser mais perfeita, o que é crucial no tratamento da doença”, acrescentou.

O especialista referiu ainda que: “o recurso ao sistema robótico da Vinci aporta um contributo excecional em cirurgias mais complexas, por permitir uma precisão milimétrica nos gestos operatórios, o que aumenta a eficácia e o controle da intervenção”.

Quando analisa os principais resultados registados em pacientes oncológicos intervencionados com cirurgia robótica, Fernando Martelo salientou: “a sobrevivência dos nossos doentes foi de 96,2% ao primeiro ano, 92,4% ao terceiro ano e 87,2% ao quinto ano, encontrando-se a maioria dos doentes, na data da cirurgia, no estadio I”.

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