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Comercial vai ter cinco rádios digitais em 2019

Manter lideranças nas audiências e no mercado publicitário, investir na digitalização da rádio e responder às exigências das novas gerações de consumidores são os objetivos da Media Capital Rádios.
7 Abril 2019, 11h30

A Rádio Comercial vai ter “ainda este ano” cinco rádios digitais, revelou o administrador da Media Capital Rádios (MCR), Luís Cabral, ao Jornal Económico, precisamente no mês em que a estação completou 40 anos de vida.

Numa conversa sobre o que prepara a MCR, empresa do grupo Media Capital, dona da TVI, para 2019, Luís Cabral contou que a grande aposta será no meio digital, através do lançamento de novas rádios digitais. A grande contemplada é a Rádio Comercial, que para o gestor “tem sempre a obrigação de ser a mais vanguardista”, uma vez que é a que reune maior audiência. “Têmo-las já preparadas, mas queremos ir mais à frente antes de as lançar”, disse sem entrar em detalhes.

Antes da Comercial, a rádio Cidade FM, que já conta com uma rádio digital, terá mais duas.

“Ainda vou lançar mais rádios digitais na Cidade FM e só depois vem a Rádio Comercial. Estou à espera de umas cerejas em cima do bolo para lançar as da Comercial”, afirmou.

A MCR começou a apostar na digitalização da rádio em maio de 2018, quando foram lançadas 11 rádios digitais da M80. Atualmente, além da M80, existem quatro rádios digitais da Smooth FM.

Para Luís Cabral, “o futuro é manter a modernização e corresponder às exigências do produto oferecido, porque as novas gerações consumidoras de rádio são muito exigentes” e é, nesse sentido, que surge o objetivo de criar mais rádios digitais em 2019.

“É o que faz sentido e se estiver avançado no tempo, não há problema. Posso ir desenvolvendo a rádio digital, que no dia em que os carros [que representam 70% do consumo de rádio] forem digitais, eu tenho produto para estar lá”, explicou.

O administrador da MCR acredita que “rádios serão sempre rádios. Se são ouvidas em formato analógico ou em formato digital”, a questão não será essa. E é essa certeza que permite à gestão de Luís Cabral na MCR desenvolver o futuro das rádios do grupo, tendo como “primeiro objetivo,  liderar o mercado, seja nas audiências, seja no mercado publicitário”.

“O investimento é neurónio”

A liderança a que Cabral se refere está espellhada nos resultados anuais de 2018 do grupo, divulgados no mês de fevereiro. Nas contas da Media Capital, o segmento de rádio melhorou o EBITDA em 14%, tendo ascendido a 7,4 milhões de euros, com uma margem de 38,1%. No conjunto das rádios da Media Capital, verificou-se um share médio de 37,1%, “o mais elevado de sempre”.  E foi a Rádio Comercial que obteve o maior número de ouvintes na corrida com a concorrência. O número mais elevado foi registado na terceira vaga de audiências, com mais de 1,5 milhões de ouvintes.

Luís Cabral considerou estes valores “muito interessantes” para um grupo de media, saudando o feito alcançado por uma equipa “da casa”. Isto é, a MCR não compra conteúdos, segundo o gestor. “Por isso, desde que tenhamos a infraestrutura e o capital humano para produzir, o investimento é neurónio”, argumentou. Depois há o investimento habitual na rede de distribuição e na melhoria dos estúdios. Outro sucesso é a MCR ter “uma arrumação exata do portefólio”.

A MCR detém a Rádio Comercial, a Cidade FM, a M80 “e depois ainda há duas rádios de nicho”. A Smooth FM e a Vodafone FM, que é um projeto de brand radio. “É um projeto único. Quando saiu foi a primeira rádio brandizada”, prosseguiu.

É dentro desta oferta, que a Rádio Comercial, há cinco anos líder no número de ouvintes, se assume como o ex-libris da MCR. A explicação do sucesso, para Luís Cabral, está na consistência – “o segredo é ser consistente. A Comercial ganha relevância, ainda, por combinar o que, para o gestor, é essencial na operação de uma estação de rádio. “Fundamentalmente, há três fatores decisivos: uma rede de distribuição, que foi significativamente melhorada desde que a atual equipa de gestão entrou na MCR em 2009; uma aposta na comunicação, porque em rádio é muito importante fazer isso; e o produto – ou seja, temos uma equipa de sonho”, disse. “Nenhum programa de media tem tanto talento junto na mesma sala como as ‘Manhãs da Comercial’. Temos o Pedro Ribeiro, o Vasco Palmeirim, o Nuno Markl, a Vera Fernandes, o Ricardo Araújo Pereira, às vezes o César Mourão, e também o Bruno Nogueira”, concluiu.

Artigo publicado na edição nº 1981 de 22 de março do Jornal Económico

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