[weglot_switcher]

Comissão de Trabalhadores da Galp defende criação de biorefinaria em Matosinhos

A refinaria de Matosinhos “deixaria de processar petróleo bruto” para passar a tratar matérias-primas de origem biológica – como alimentares usados e óleos provenientes de resíduos florestais – passando a produzir “biocombustíveis e produtos petroquímicos nobres”, defende a comissão de trabalhadores.
Shrikesh Laxmidas
10 Fevereiro 2021, 18h19

A comissão central de trabalhadores (CCT) da Galp defende a criação de uma biorefinaria em Matosinhos. Este projeto iria permitir manter em atividade esta unidade e assegurar também postos de trabalho, disse hoje Hélder Guerreiro da CCT no Parlamento.

O responsável defendeu a transformação da refinaria de Matosinhos numa biorefinaria que “deixaria de processar petróleo bruto” para passar a tratar matérias-primas de origem biológica – como alimentares usados e óleos provenientes de resíduos florestais – passando a produzir biocombustíveis e produtos petroquímicos nobres.

Esta produção poderia ser feita em parceria com a refinaria de Sines, defendeu o membro do CCT.

“Este projeto será muito idêntico ao avançado para a refinaria de Cartagena [Espanha] da Repsol”, destacou Hélder Guerreiro.

Segundo informação já divulgada pela CCT, este tipo de projetos tem “elevadas taxas de
rentabilidade (30%) e retorno inferior a 5 anos. No caso da Refinaria do Porto também permitiria
reduzir as suas já baixas emissões de CO2 (1.7% no panorama nacional) em cerca de 80%”, segundo o parecer da CCT ao encerramento de Matosinhos divulgado esta semana, que mereceu uma nota negativa.

Um exemplo já dado pela CCT foi o da refinaria da Grandpuits em França. A petrolífera Total vai investir 500 milhões de euros para transformar esta unidade numa biorefinaria com o objetivo de produzir biocombustíveis e bioplásticos até 2024.

Desta forma, esta refinaria na região de Paris vai passar a produzir gasóleo renovável para a indústria da aviação, bioplásticos, reciclagem de plásticos e vai passar a contar com duas centrais solares fotovoltaicas, segundo a Total.

De acordo com Helder Guerreiro, a administração da Galp chumbou a criação de uma biorefinaria para Matosinhos, tendo a CCT já solicitado o estudo feito pela empresa, mas sem sucesso, disse este responsável no Parlamento. “Não compreendemos porque é que a administração chumbou este projeto para o Porto”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.