Talvez não tenhamos percebido, mas estamos na viragem para uma nova década. E se não bastasse o ritmo insano dos avanços tecnológicos e comportamentais, está a chegar uma mudança importante no calendário. E este tipo de mudança é excelente para refletirmos sobre eventuais melhorias necessárias. Ainda que janeiro possa parecer longe, a próxima década está muito perto, pelo que criei um mundo possível e real: afinal, como será trabalhar com uma agência em 2020?

A criatividade e os dados vão, finalmente, ser trabalhados em conjunto. E não me refiro só à disputa entre copy, design e Business Intelligence (BI). Refiro-me às expectativas dos gestores das marcas, profissionais de agências e veículos. Vamos também perceber que os dados e a criatividade andam de mãos dadas rumo a um resultado melhor, seja ele de vendas ou awareness.

Para isso, vamos analisar melhor as métricas, ficando apenas com aquelas que nos ajudarão a tomar alguma decisão. Assim, os famosos relatórios de BI não serão só compreensíveis para cientistas de dados, mas também para todos os profissionais envolvidos no marketing da marca. E, claro, sem esquecer os criativos, que vão compreender o que funciona e o que não funciona com o seu público. Entrega após entrega, podem melhorar os seus trabalhos.

As parcerias vão ganhar força com a cocriação. Se por um lado ninguém entende melhor o negócio do que o cliente, as agências sabem melhor do que ninguém o que comunicar e em que canais. Já os influenciadores conseguiram desenvolver os conceitos de fidelidade e confiança na internet. Estes são três pilares fundamentais do marketing atual, que em 2020 trabalharão de forma ainda mais próxima. Para isso, a tecnologia será essencial. As ferramentas de comunicação e gestão de projetos serão finalmente usadas não como placebo, mas para aproximar pessoas dentro e fora do escritório. A expressão “Open Innovation” fará mais sentido ao permitir que influências externas modifiquem negócios.

As mudanças vão completar-se com processos mais ágeis nesta relação entre marcas e agências. Os silos estabelecidos entre agências criativas e de meios vão sofrer com a velocidade exigida pelo digital. A otimização de campanhas, que acontece quase que em tempo real, vai ganhar uma importante aliada ao juntar-se com a criação das agências. Tudo isso numa mistura entre homem e máquina nunca antes vista. Com algoritmos capazes de otimizar as verbas dos clientes, sugerir e até criar parte das peças, o Martech será levado a sério, tirando o que há de melhor de números e “cabeças pensantes”.

Iniciamos o ciclo de uma década que será incrível para o marketing. Os desafios serão enormes com novas ferramentas e hábitos de consumo de media. E, se aproveitarmos o calendário para mudar mais do que de década, poderemos transformar os nossos negócios, envolver as pessoas, e livrarmo-nos dos velhos hábitos adquiridos que já não fazem sentido no presente e muito menos farão no futuro.