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Confederação das micro e PME diz que OE perpetua “discriminações negativas”

O Governo que resultar das eleições de 10 de março contará com a apresentação pela CPPME de Medidas Estruturantes e Transversais a todos os Sectores de Atividade que permitam às empresas avançar para uma Economia Sustentável e Dinâmica, promete e CPPME.
30 Novembro 2023, 13h20

O Orçamento de Estado provado não responde às preocupações das Micro, Pequenas e Médias Empresas, quem o diz é a Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas.

“O Governo, em fim de ciclo, optou uma vez mais por não incluir nenhuma das medidas que a CPPME lhe apresentou e que considerávamos ser necessárias e fundamentais para relançar a economia”, revela a confederação em comunicado.

A CPPME acusa o Governo de ter optado “uma vez mais por não querer apoiar a atividade das Micro, Pequenas e Médias Empresas e, com elas, o sustento de mais de três milhões de trabalhadores”.

“Optou por não eliminar as discriminações negativas e manter os obstáculos à sustentabilidade económica e à rentabilidade das Micro, Pequenas e Médias Empresas. Optou por continuar a adiar o futuro de Portugal, favorecendo os grandes grupos económicos e os grandes consumidores energéticos em detrimento das MPME representativas de 99,9% do tecido económico nacional”, refere a confederação.

“Contrariamente ao que foi propalado, este Orçamento mantém a diminuição acentuada do poder de compra das famílias e, consequente, a contração do mercado e a diminuição do potencial de rendimento das MPME”, acrescenta a organização.

A confederação alerta que “os custos de contexto vão permanecer em alta, as taxas de juros, com a manutenção de custos e spreads bancários abusivos, continuarão a agravar dramaticamente e pôr em causa a viabilidade económica das MPME”.

As alterações referentes ao IRC seletivo, com efeitos apenas em 2024, assim como as alterações referentes à taxa especial de IRC e às tributações autónomas (que necessitam de reforma total, como a CPPME defende há muito) não têm reflexos positivos nas Micro, Pequenas e Médias Empresas, acusam.

“A manutenção de elevadas taxas de IVA, desalinhadas com as praticadas em Espanha, nomeadamente no que respeita à energia e combustíveis, contribui para o aumento galopante dos preços e não tem contrapartidas nas medidas anunciadas”, referem em comunicado.

A CPPME diz que “o agravamento do cenário macroeconómico é uma certeza, face ao prolongamento da guerra, às consequências da pandemia e sua evolução e à inadequação e insuficiência das medidas anunciadas”, acrescentando que “o Governo que agora cessa funções com este Orçamento condenou a economia nacional à estagnação e à falência de empresas e empresários”.

O Governo “deixa milhares de empresas numa situação económica dramática pondo em causa a manutenção de milhares postos de trabalho face ao não cumprimento do pagamento atempado de
apoios e de projetos a que se candidataram”, aponta a confederação.

“No atual contexto, as empresas atravessam um período de enorme instabilidade, não sabendo o que o futuro lhes trará”, alerta.

O Governo que resultar das eleições de 10 de março contará com a apresentação pela CPPME de Medidas Estruturantes e Transversais a todos os Sectores de Atividade que permitam às empresas avançar para uma Economia Sustentável e Dinâmica, promete e CPPME.

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