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“Conhecem melhor a Venezuela do que nós?”: Comunistas venezuelanos criticam PCP

Óscar Figuera, secretário-geral do PCV desde 1996, lançou fortes críticas ao PCP pelo apoio demonstrado a Nicolás Maduro após o anúncio dos resultados, agora contestados pela oposição e por parte da comunidade internacional. Comunistas portugueses mantêm apoio ao presidente reeleito.
1 Agosto 2024, 21h19

O Partido Comunista da Venezuela (PCV) manifestou incómodo pelo reconhecimento da vitória de Nicolás Maduro pelo Partido Comunista Português (PCP), dado que tem sido oposição a Nicolás Maduro.

“Seria interessante perguntar-lhes se conhecem melhor a Venezuela do que nós. Se sabem que os trabalhadores e outros que reclamam os seus direitos são presos e que aqui os sindicatos não podem dinamizar a sua ação porque estão judicialmente proibidos e não se respeita a Constituição, com o Estado a processar quem considera ter cometido um delito político”, questionou Óscar Figuera, secretário-geral do PCV desde 1996 privilegiar a geopolítica e a apoiar um Governo burguês em Caracas.

Paulo Raimundo desvaloriza as declarações do homólogo venezuelano, mantendo-se fiel no apoio a Nicolás Maduro. “É uma grande demonstração do povo venezuelano. O povo venezuelano votou, fez opções…”, afirmou, em declarações aos jornalistas.

PCP reafirma apoio

O PCP considerou a 29 de julho que as eleições na Venezuela “reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano”, saudando a reeleição de Nicolás Maduro, e repudiou “manobras de ingerência” que procuram “colocar em causa o processo eleitoral e os seus resultados”.

Em comunicado, os comunistas destacam que as eleições na Venezuela “constituíram uma importante jornada democrática, em que participaram milhões de venezuelanos e cujos resultados reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano”.

“O PCP saúda a eleição de Nicolás Maduro como Presidente da República Bolivariana da Venezuela, bem como o conjunto das forças progressistas, democráticas e patriotas venezuelanas que alcançam mais uma importante vitória com esta eleição, derrotando o projeto reacionário, antidemocrático e de abdicação nacional”, lê-se no comunicado.

O partido repudiou ainda o que considera serem “manobras de ingerência nas eleições da Venezuela, que foram amplamente propagandeadas”.

Oposição reivindica vitória

No domingo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos. No total, Maduro obteve 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.

Contudo, a oposição venezuelana reivindica a vitória nas eleições presidenciais, com 70% dos votos para o candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, segundo a opositora María Corina Machado, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.

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