Ainda nem tinha começado e a Cimeira do Clima das Nações Unidas (COP 28) já estava envolvida em polémica. O governo dos Emirados Árabes Unidos (EAU) tinha o objetivo de usar o seu papel como anfitrião para discutir contratos de petróleo e gás, segundo revelou a “BBC”. Os documentos preparados pela equipa da EAU, que já negou esta intenção, para encontros com 27 governos estrangeiros durante a COP 28 previam conversações com a China onde seria revelado que a petrolífera estatal dos EAU, a Adnoc, estava “disposta a avaliar oportunidades internacionais no gás natural liquefeito (GNL)” em Moçambique, Canadá e Austrália. Por outro lado, os EAU estavam dispostos a dizer a um ministro colombiano que a Adnoc estava “preparada” para apoiar o desejo colombiano de explorar os recursos fósseis do país da América Sul. Os responsáveis também estavam preparados para transmitir este apoio à exploração de petróleo e gás a outros 13 governos, incluindo a Alemanha e o Egipto. Os encontros também serviriam para explorar oportunidades comerciais para a empresa estatal de energia, a Masdar, em 20 encontros com os governos do Reino Unidos, Estados Unidos da América, França, Alemanha, Brasil, China, entre outros.
Mais de 70 mil políticos, diplomatas, empresários e ativistas vão voar para o Dubai para debaterem as alterações climáticas, criarem novas medidas e avaliarem os progressos que têm sido feitos desde os acordos de Paris em 2015, assinado por 200 países e que visa limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus. O encontro deste ano vai contar com a presença de 167 líderes mundiais. Pela primeira vez, vai ter lugar num país que é membro do cartel do petróleo, a OPEP, estando entre os 10 maiores produtores mundiais.
Fim dos combustíveis fósseis? Fora a polémica, um dos grandes temas em cima da mesa é o futuro dos combustíveis fósseis: devem os países chegar a acordo para começarem a fazer o desmame do petróleo e do gás? As respostas vão chegar até ao dia 12 de dezembro. “A minha expetativa pessoal é que o tema da energia, crucial na luta contra as alterações climáticas, esteja no topo das prioridades, e que os passos concretos que já estão a ser dados por blocos como a União Europeia e os Estados Unidos para fazerem a transição para as energias renováveis sejam acompanhados por outras potências, nomeadamente as asiáticas e do Médio Oriente”, começa por analisar a eurodeputada Maria da Graça Carvalho.
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