O presidente deposto da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, disse em carta enviada aos seus apoiantes que “lutará até o fim” contra a tentativa das autoridades de prendê-lo por sua imposição de lei marcial no mês passado. Na semana passada, a polícia entrou em confrontos com apoiantes de Yoon que se deitaram na estrada para tentar bloquear o acesso à sua residência. A polícia emitiu ordens de dispersão e depois removeu à força alguns manifestantes, segundo reportagem da agência Reuters. “Vou lutar até o fim para proteger este país juntamente convosco”, dizia a carta.
O Partido Democrata, de oposição, que tem o controlo majoritário do Parlamento e liderou o impeachment contra Yoon em dezembro, disse que a carta provou que Yoon está delirante e continua comprometido em completar sua aquilo a que chama “insurreição”. “Como se tentar encenar uma insurreição não bastasse, ele agora está a incitar os seus partidários a um confronto extremo”, disse o porta-voz do partido, Jo Seoung-lae, em comunicado citado pela agência.
Um tribunal aprovou um mandado de prisão sobre Yoon, o que o tornaria o primeiro presidente em exercício a ser detido como parte de investigações sobre alegações de que planeava uma insurreição ao tentar impor a lei marcial. A insurreição é uma das poucas acusações criminais em relação às quais um presidente sul-coreano não tem imunidade.
O Gabinete de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO), que lidera uma equipa conjunta de investigadores que inclui a polícia e promotores públicos, tem até 6 de janeiro para executar o mandado de prisão.
Yoon Kab-keun, advogado do presidente cassado da Coreia do Sul, disse que o mandado de prisão é ilegal e inválido porque o CIO não tinha autoridade para solicitar um mandado. O advogado alertou que os polícias seriam presos pelo “serviço de segurança presidencial ou por qualquer cidadão” se tentassem deter Yoon em nome do CIO, dizendo que a sua autoridade se limita ao controlo de multidões e à manutenção da ordem pública.
Em separado, o julgamento de Yoon sobre o impeachment está a ser apreciado no Tribunal Constitucional, que realizará a segunda audiência esta sexta-feira. Yoon foi suspenso das funções presidenciais e o ministro das Finanças, Choi Sang-mok, assumiu o cargo de forma interina até ao resultado do julgamento. Se o tribunal mantiver o impeachment e Yoon for destituído, o país terá uma nova eleição presidencial dentro de 60 dias.
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