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Credit Suisse tomba quase 29% depois de o maior acionista dizer que não investe mais

O Credit Suisse caiu quase 29% para um novo recorde na Bolsa de Zurique e as ações chegaram a estar suspensas automaticamente. Por outro lado, o custo para garantir os títulos contra o incumprimento no curto prazo aproximou-se de um nível que normalmente sinaliza sérias preocupações dos investidores. O chairman diz que o banco não vai ser intervencionado pelo Estado, segundo a Bloomberg.
15 Março 2023, 11h13

Depois do maior acionista do Credit Suisse descartar investir mais no banco suíço dada a forte queda das ações, os títulos caíram quase 29% e levaram à suspensão automática dos títulos na bolsa de Zurique.

O investidor saudita, Saudi National Bank, disse que antevê que o valor da sua participação vai cair a pique nos próximos meses. Aquele que é o maior financiador do Credit Suisse disse também que não fornecerá mais ajuda financeira ao banco, já que uma participação maior traria obstáculos regulatórios adicionais.

As ações do Credit Suisse atingiram outro mínimo de sempre pelo segundo dia consecutivo.

“A resposta é absolutamente não, por muitas razões fora da razão mais simples, que é regulatória e estatutária”, disse o presidente do Banco Nacional Saudita, Ammar Al Khudairy, em entrevista à Bloomberg TV nesta quarta-feira. Isso foi em resposta a uma pergunta sobre se o banco estava aberto a novas injeções se houvesse outro pedido de liquidez adicional.

“Não podemos porque iríamos ficar acima dos 10%”. É uma questão regulamentar”, disse quarta-feira o presidente do Banco Nacional Saudita, Ammar Al Khudairy, à Reuters.

O Credit Suisse caiu 21% para um novo recorde na Bolsa de Zurique, enquanto o custo para garantir os títulos contra o incumprimento no curto prazo (Credit Default Swaps – CDS) aproximou-se de um nível que normalmente sinaliza sérias preocupações dos investidores.

Mas o presidente não executivo do Credit Suisse, segundo a Bloomberg, diz que a ajuda do governo não é um tema. Entretanto, à CNBC, em Riad na manhã desta quarta-feira, o presidente do Credit Suisse, Axel Lehmann, recusou-se a comentar se o banco precisaria de algum tipo de assistência governamental no futuro.

O banco está há apenas alguns meses num complicado plano de recuperação que verá o banco suíço separar a unidade de banco de investimento enquanto se concentra no seu principal negócio de gestão de património.

Esse esforço corre o risco de ser complicado pelo desconforto do mercado financeiro após o colapso de vários bancos regionais dos EUA.

Vários bancos italianos foram também sujeitos a suspensões de cotação automáticas após fortes quedas das ações, incluindo o UniCredit, o Finecobank e o Monte Dei Paschi.

Foco passou dos bancos norte-americanos para os europeus

Os índices bolsistas europeus recomeçaram hoje a cair após o início da sessão, o que mostra que as preocupações sobre o estado do sector bancário ainda não desapareceram, salientam os analistas da XTB. “No entanto, um ponto a salientar é que a atenção se deslocou dos bancos norte-americanos para os bancos europeus”, acrescentam.

O EuroStoxx Banks está hoje a cair mais de 4% e cai para o nível mais baixo em 10 semanas. “As quedas são amplas, com as ações de todos os bancos no índice a negociar no vermelho no dia de hoje. No entanto, há alguns bancos que estão a ver os preços das suas ações serem mais atingidos do que outros”, realça a XTB.

O Crédit Suisse que não é membro do índice Euro Stoxx Banks está no centro das atenções. O banco tem sido atormentado por preocupações dos investidores e reguladores nos últimos anos, uma vez que esteve implicado em vários escândalos de mercado de grande visibilidade.

Atualizado às 11h59

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