[weglot_switcher]

Crédito à habitação aumenta 265 milhões em março para 1,9 mil milhões, segunda maior subida histórica

No que se refere ao crédito, em março, o destaque vai para o montante de novos contratos à habitação que aumentou 265 milhões de euros em março, para 1.951 milhões de euros, o segundo valor mais elevado da série histórica. Segundo a nota estatística do Banco de Portugal, o crédito concedido a mutuários com idade igual ou inferior a 35 anos representou 56% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em março.
6 Maio 2025, 11h54

O Banco de Portugal publica hoje as estatísticas de taxas de juro e de montantes de novos empréstimos e depósitos bancários de empresas e particulares atualizadas para março de 2025.

No que se refere ao crédito, em março, o destaque vai para o montante de novos contratos à habitação que aumentou 265 milhões de euros em março, para 1.951 milhões de euros, o segundo valor mais elevado da série histórica.

Os dados estatísticos do banco central revelam ainda que a taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação foi de 3,11% em março, o valor mais baixo desde dezembro de 2022.

Numa análise exclusivamente sobre as novas operações de crédito à habitação e o stock de empréstimos concedidos a particulares para habitação própria permanente, o BdP diz que em março, 71% dos novos empréstimos à habitação foram contratados a taxa mista (isto é, com taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de um período com taxa de juro variável). O peso dos contratos a taxa mista manteve-se estável relativamente a fevereiro. Em março, os contratos a taxa mista representavam 36% do stock de crédito à habitação.

A taxa de juro média das novas operações a taxa mista foi de 2,93% em março, menos 0,02 pp do que em fevereiro. A taxa de juro média das novas operações a taxa variável foi a que mais se reduziu (0,17 pontos percentuais (pp), para 3,32%), ficando abaixo da verificada nas operações a taxa fixa, que também decresceu (-0,07 pp, para 3,54%).

A prestação média mensal do stock dos empréstimos à habitação diminuiu um euro em março, fixando-se nos 409 euros, o valor mais baixo desde setembro de 2023.

Todo o crédito a particulares cresce em março…

As novas operações de empréstimos aos particulares totalizaram 3.245 milhões de euros em março, mais 273 milhões do que em fevereiro. As novas operações de crédito incluem os contratos totalmente novos e os contratos renegociados.

Olhando apenas para os novos contratos de crédito às famílias, verifica-se que aumentaram 308 milhões para 2.774 milhões de euros.

“Na finalidade habitação, o montante de novos contratos aumentou 265 milhões de euros, para 1.951 milhões de euros, o segundo valor mais elevado da série histórica (com início em dezembro de 2014)”, revela o Banco de Portugal.

Este é claramente um resultado do diploma do Governo que determinou que o Estado assume o papel de fiador com responsabilidade pelo pagamento de até 15% do capital inicialmente contratado. Desde o início de setembro de 2024 os jovens dos 18 aos 35 anos, à procura da primeira casa, podem recorrer à garantia do Estado para obter um financiamento até 100% no seu crédito à habitação.

Além desta medida podem também beneficiar das isenções do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), do Imposto do Selo (IS) e dos emolumentos (registo da compra e registo da hipoteca, quando aplicável).

Segundo a nota estatística do Banco de Portugal, o crédito concedido a mutuários com idade igual ou inferior a 35 anos representou 56% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em março (excluindo os novos contratos para consolidação de crédito e as transferências de crédito para outra instituição), um peso 2 pp acima do observado para fevereiro.

Já na finalidade consumo, o montante dos novos contratos aumentou 18 milhões de euros, para 585 milhões de euros, o valor mais elevado da série histórica (com início em dezembro de 2014).

Na finalidade de outros fins, o montante dos novos contratos subiu 25 milhões de euros, para 237 milhões de euros.

O banco central avança ainda que as renegociações de crédito foram de 471 milhões de euros, o que corresponde a uma redução de 35 milhões em relação a fevereiro.

Em termos de preço do crédito, a taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação passou de 3,18%, em fevereiro, para 3,11% em março, o valor mais baixo desde dezembro de 2022. Esta descida observou-se quer nos novos contratos, quer nos contratos renegociados, cujas taxas médias se reduziram 0,05 pp e 0,10 pp, fixando-se em 3,05% e 3,39%, respetivamente.

Já a taxa de juro média das novas operações de empréstimos à habitação do conjunto dos países da área do euro diminuiu 0,02 pp, para 3,31%.

Portugal apresentou a oitava taxa de juro média mais baixa, ficando abaixo da média da área do euro, revela o banco central.

No crédito ao consumo, a taxa de juro média de novas operações passou de 9,04%, em fevereiro, para 8,94% em março, uma redução de 0,10 pp. Nos empréstimos para outros fins, a taxa de juro média desceu 0,07 pp, para 3,94%.

… e cresce também o crédito a empresas

Em março, o montante de novas operações de empréstimos concedidos às empresas foi de 2.355 milhões de euros, mais 271 milhões de euros do que o registado no mês anterior. Esta subida resultou quer dos novos contratos, quer dos contratos renegociados, que registaram aumentos de 226 e 45 milhões de euros, respetivamente.

As novas operações de crédito até um milhão de euros atingiram 1.271 milhões de euros em março, mais 173 milhões do que em fevereiro. As novas operações de empréstimos acima de um milhão de euros aumentaram 98 milhões de euros, para 1.084 milhões de euros.

Já os juros do crédito desceram. A taxa de juro média das novas operações de empréstimos às empresas desceu 0,21 pp, passando de 4,27%, em fevereiro, para 4,06% em março. Esta diminuição verificou-se nos empréstimos até um milhão de euros (-0,11 pp, para 4,24%) e nos empréstimos acima de um milhão de euros (-0,34 pp, para 3,84%).

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.