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Crise dos combustíveis deverá levar a subida de preços dos serviços até 15% em Portugal (com áudio)

O ajustamento em alta acumula-se ao aumento dos preços na ordem dos 5%, atribuído à retoma económica e ao crescimento da procura no período de desconfinamento em Portugal.
21 Outubro 2021, 13h31

Os especialistas avisam que a crise dos combustíveis deverá refletir um aumento dos preços no sector dos serviços em Portugal, entre 10% a 15%, de acordo com uma análise da Fixando ao comportamento de mais de 50 mil prestadores de serviços.

“A escalada do preço dos combustíveis tem preocupado várias atividades económicas e o sector dos serviços irá reagir com aumentos de preços por forma a compensar o aumento da despesa em energia e deslocações”, explica Alice Nunes, diretora de novos negócios da Fixando.

O ajustamento em alta acumula-se ao aumento dos preços na ordem dos 5%, atribuído à retoma económica e ao crescimento da procura no período de desconfinamento em Portugal. Segundo a Fixando, caso a escassez de matérias-primas na construção e na assistência técnica se mantenha, a que se junta o aumento dos combustíveis, é expectável “uma subida dos valores praticados na ordem dos 15%”.

Áreas como remodelações, assistência técnica e eventos serão as mais prejudicadas, segundo a mesma análise, em grande parte porque implicam diretamente as deslocações. Já em serviços como o catering, reparações, remodelações, trabalhos de eletricistas e de canalizadores, será onde clientes irão notar de uma forma acentuada a subida dos preços.

A fixando dá como exemplo o caso dos canalizadores que, em Lisboa e no Porto, cobram 50 euros por deslocação e, face ao aumento dos preços, é expectável um acréscimo de cinco euros a esta cobrança.

“Uma subida de preços vai traduzir-se numa inevitável diminuição da contratação de serviços, ainda para mais considerando que as famílias também estão a ser fustigadas pelo aumento do preço dos combustíveis. Mas a alternativa será uma redução das margens de lucro num sector com muitos prestadores de serviços que ainda não recuperaram por completo do impacto da pandemia”, sublinha Alice Nunes.

A Fixando alerta ainda que a crise só vem confirmar que “ainda é prematuro falar de recuperação” em sectores como o dos eventos onde, apesar de o volume de negócios do mês de setembro ter permitido ultrapassar, a três meses do final do ano, a faturação total de 2020, uma desaceleração na procura ou uma quebra nas margens de lucro terão “consequências brutais” num sector que tem estado parado ou a funcionar a meio-gás desde março do ano passado.
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