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Crise dos professores: Governo diz que recuo do PSD e CDS dá “total razão” ao discurso de Costa

Mariana Vieira da Silva defende ainda que, apesar da discórdia criada pela medida, estão reunidas “todas as condições” para replicar, numa nova legislatura, a “Geringonça que une o PS ao PCP, BE e PEV. 
  • Cristina Bernardo
6 Maio 2019, 11h25

A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, considera que o recuo do PSD e CDS em relação à recuperação do tempo integral de serviço na carreira dos professores dá “total razão” ao discurso do Governo. Mariana Vieira da Silva defende ainda que, apesar da discórdia criada pela medida, estão reunidas “todas as condições” para replicar, numa nova legislatura, a “Geringonça que une o PS ao PCP, BE e PEV.

“Se [a ameaça de demissão do Governo] é uma farsa, um teatro, uma mentira, porquê mudar de posição?”, lançou Mariana Vieira da Silva aos partidos da direita, em declarações à rádio TSF, considerando que, ao mudar o sentido de voto, o PSD e CDS estão a reconhecer “total razão ao discurso do primeiro-ministro”.

Este fim de semana, o presidente do PSD, Rui Rio, e a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, deram um passo atrás na recuperação integral do tempo de serviço dos professores, considerando que só aprovaram a medida em plenário, se houver “sustentabilidade financeira” para tal. Assunção Cristas e Rui Rio admitem a possibilidade de chumbar a proposta, caso o texto final contemple o pagamento com impacto já este ano dos devidos valores aos professores.

“Arrependeram-se do que aprovaram, têm uma solução muito simples: votar contra”, incita a ministra, em entrevista à TSF. “Não podemos dar passos maiores do que a perna, porque depois poderíamos ter de recuar, e isso não queremos mesmo fazer”.

A garantia da recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias do tempo de serviço da carreira dos professores foi aprovada na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, na quinta-feira, pela “coligação negativa”, nas palavras do Governo, que juntou o PSD e CDS-PP ao PCP e BE, com o voto contra do PS. A votação levou o primeiro-ministro, António Costa, a ameaçar a demissão do Governo.

A governante garante, ainda assim, que estão reunidas condições para se continuar com a solução governativa que foi possível até agora e que juntou o PS aos partidos mais à esquerda no Parlamento, apesar de terem tomado posições diferentes no que toca aos professores e à recuperação integral do seu tempo de serviço. “Se foi possível até agora, também será possível depois. Há todas as condições [para continuar esta solução de Governo]”, assegura Mariana Vieira da Silva.

Mariana Vieira da Silva reitera que os custos orçamentais da medida são “insustentáveis” e acusa a Direita de estar a prometer algo que não vai cumprir. “Se é para o futuro, porquê aprovar agora? Porque não ir a eleições com as soluções para este problema no programa? Veremos, depois das eleições, se esta despesa e esta situação distinta entre algumas carreiras e outras faz sentido e deve ser assumida”, diz.

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