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Da televisão à logística. Empresas usam o digital para criar impacto no cliente

Representantes da Media Capital e da Maersk estiveram na conferência “Digital Power 2019”, organizada pelo Impacting Group e a qual o Jornal Económico é ‘media partner’, a explicar como a tecnologia impactou os seus negócios.
  • Cristina Bernardo
10 Outubro 2019, 17h14

A digitalização está a obrigar as empresas, principalmente as mais tradicionais, a reestruturarem a sua estratégias, a mudarem as métricas de negócio e a utilizarem algoritmos para angariar mais clientes e pouparem reclamações daqueles que já o são.

Na conferência “Digital Power 2019”, Ricardo Tomé, diretor da Media Capital Digital, recordou o histórico da televisão e a habitual grelha de programas e audiências, que acabou por sofrer uma avalanche de mudanças com as ‘boxes’ e com a chegada das ainda rivais Netflix, YouTube ou Facebook Watch.

“Há 60 anos que se fazia o mesmo trabalho, a programar televisão da mesma forma: por share e rating. Imaginem que trabalhavam assim há 20 ou 30 anos e alguém chegava e dizia: «Isto agora mudou». Em 2012, começa a massificação das gravações, e nascem novas métricas”, lembra o responsável pelo digital da dona da TVI, na conferência organizada, esta quinta-feira pelo Impacting Group e a qual o Jornal Económico é media partner.

Logo, as estações televisivas tiveram de passar a analisar aquilo que os telespectadores viram em direto (em fluxo) e o que viram puxando o gravador para trás (em ‘stock’) e a lógica de monetização das publicidades foi obrigada a reinventar-se, porque certos anúncios, datados, deixam de fazer sentido em horários de reportagens, novelas ou séries – conteúdos que tendem a ser consumidos depois da transmissão em direto.

Ricardo Tomé defende, assim, uma padronização e auditoria das métricas a nível internacional. “Se não protegermos os investimentos deixará de haver televisão portuguesa, mas se as métricas forem as mesmas podemos lutar de igual para igual. Uma das coisas que aprendemos foi que acabou o prime-time”, afirmou, no evento que decorre esta tarde no Palácio do Governador.

“Não subestimem o poder da transformação digital. É uma ameaça? Não, é uma oportunidade. Pode-se chegar a novos clientes em segundos usando as novas tecnologias”, apelou, por sua vez, Andreas Flach, Chief Digital Officer (CDO) da Maersk. Para o especialista em gestão de produto do grupo dinamarquês de logística, as empresas familiares, ainda que associadas a algum “negativismo” e falta de modernidade, têm “bons veículos de inovação”, que são uma vantagem competitiva, entre os quais “um modelo de negócio bem estruturado e uma base de clientes alargada”.

Segundo o CDO da Maersk, o uso dos algoritmos e de bases de dados fez com que a empresa pudesse instalar sistemas que detetam a falha de documentos, preveem avarias, apoiam na gestão de contentores monitoriza-los em tempo real, o que permite redução no número de reclamações dos clientes. “As empresas familiares têm de perceber que a forma para serem bem-sucedidas é aprenderem diretamente com os clientes, falar com eles, falar com a equipa de vendas que sabe o cliente quer”, aconselhou Andreas Flach, admitindo que, para muitas organizações, a inserção de inteligência Artificial (IA) ainda está “associada a incerteza”.

A “Digital Power 2019” é uma sessão para executivos, subordinada ao tema “Think Digital – Impacting customers” e destinada a gestores que quere saber como utilizar e melhorar a digitalização do ponto de vista do cliente, com ferramentas como chatbots, IA ou mesmo o tradicional Marketing Digital.

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