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Das algas à reciclagem de CO2. Tudo vale para salvar o planeta

“O que vamos fazer nos próximos dez ano vai determinar o futuro da humanidade para os próximos dez mil anos. Não existe nenhum centro [de investigação] no mundo que estivesse focado neste grande assunto”, explicou um antigo conselheiro do Governo que vai supervisionar o centro de investigação.
26 Maio 2019, 18h00

Alguns cientistas da Universidade de Cambridge estão a planear montar um centro de pesquisa para desenvolver novas formas de reparar o clima do planeta Terra, noticiou esta quinta-feira a BBC. O centro de pesquisa vai ter o nome de Centro de Reparação do Clima, e insere-se no programa da universidade “Iniciativa Futuro Neutro de Carbono”.

Depois de muitas pesquisas, estes cientistas já afirmaram que as abordagens mais radicais podem passar por congelar os polos e reciclar o CO2 da atmosfera. O centro vai ser criado devido ao medo de que as abordagens atuais não consigam travar os danos irreversíveis, tal como o degelo do Ártico.

É a primeira abordagem deste género de que se ouve falar, mas que ao mesmo tempo podem levar a uma redução dramática das emissões de carbono que são lançadas todos os dias. Além destes cientistas, a BBC avançou que o antigo conselheiro da ciência para o Governo, Professor David King, vai supervisionar projeto.

“O que vamos fazer nos próximos dez ano vai determinar o futuro da humanidade para os próximos dez mil anos. Não existe nenhum centro [de investigação] no mundo que estivesse focado neste grande assunto”, anunciou o antigo conselheiro ao jornal.

O Professor David King é especializado em geoengenharia, o que significa que intervêm, deliberadamente, no sistema climática do planeta, com o objetivo de mitigar os efeitos do aquecimento global que se têm sentido.

O centro vai ser liderado pela doutora Emily Shuckburgh, que garante que a missão é “resolver o problema do clima”. “Tem de ser. Não podemos falhar”, sublinhou a cientista. “Este é um dos desafios mais importantes do nosso tempo, e nós sabemos que temos de responder com todos os nossos esforços”, acrescentou na entrevista ao jornal.

Na ideia de congelar os polos, o objetivo é usar as nuvens para fazer mais frio e voltar a ter gelo em grandes quantidades. O processo consiste em bombear água do oceano para o ar, por pequenos tubos em direção às nuvens, onde então partículas de sal são injetadas nas nuvens.

A reciclagem de CO2 também é uma aposta do centro de investigação. Aqui, a ideia é capturar dióxido de carbono do carvão ou de gás e guardá-las no subsolo. Um cientista na Universidade de Sheffields já testou este projeto e, efetivamente, o CO2 era reciclado.

“Temos uma fonte de hidrogénio, temos uma fonte de dióxido de carbono, temos uma fonte de calor e temos uma fonte de eletricidade renovável de fábricas”, confidenciou o responsável. Fertilizar o mar é mais uma ideia em carteira para estes cientistas, que não estão a descartar as ideias que vão surgindo. O objetivo é explorar as algas para que estas consigam absorver mais CO2.

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