Ao sexto dia da guerra entre Israel e o Hamas, os Estados Unidos decidiram tornar ainda mais evidente o apoio do país ao governo liderado por Benjamin Netanyahu. A visita do secretário de Estado Antony Blinken não deixa dívidas. Entretanto, a Alemanha fez o mesmo e avança com apoio militar – uma novidade em termos do suporte germânico.
Em que fase estão as movimentações israelitas?
No terreno, continua o cerco à Faixa de Gaza, naquela que parece ser uma movimentação para a concretização de um avanço por terra em terras da Palestina. Para os analistas, o facto de as Forças de Defesa de Israel (IDF) ainda não terem avançado fica a dever-se a dois fatores: a existência de reféns e a necessidade de haver uma espécie de consenso internacional em torno da forma como as forças militares de Israel vão atuar. Dito de outra forma: o governo israelita tenta logo à partida minimizar o impacto que inevitavelmente terá, em termos dos famigerados efeitos colaterais, qualquer operação no terreno.
Que prometeu Blinken ao governo israelita?
Blinken e a encarregada de negócios dos Estados Unidos, Stephanie Hallett, e vários assessores de topo estão em Israel. Reunirão com membros do governo da unidade de emergência, incluindo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, o líder do partido Unidade Nacional, Benny Gantz (na oposição), e o deputado Gadi Eisenkot, ex-chefe de gabinete das IDF.
Qual é o suporte com origem em Berlim?
A Alemanha ofereceu ajuda militar e prometendo reprimir o apoio ao Hamas na própria Alemanha. Em declarações públicas, o chanceler Olaf Scholz destacou a responsabilidade histórica da Alemanha pela segurança de Israel. Ao mesmo tempo, O Ministério da Defesa alemão disse que concordou com um pedido israelita para usar até dois dos cinco drones de combate Heron TP. E o ministro da Defesa, Boris Pistorius, disse em Bruxelas que Israel solicitou munições para navios de guerra, pedido que ainda está em debate. “Neste momento, só há um lugar para a Alemanha – o lugar ao lado de Israel”, disse Scholz. A Alemanha emitirá uma proibição formal de atividades de apoio ao Hamas, ao mesmo tempo que o chanceler questionou a falta de uma condenação clara do ataque do Hamas pela Autoridade Palestiniana e pelo seu presidente, Mahmoud Abbas. A Alemanha suspendeu a ajuda ao desenvolvimento das áreas palestinas, embora mantenha a ajuda humanitária. Mas disse também que “não temos evidências tangíveis de que o Irão tenha dado apoio concreto e operacional a este ataque do Hamas. Mas está claro para todos nós que, sem o apoio iraniano nos últimos anos, o Hamas não teria sido capaz desses ataques “.
Que se passa de concreto no terreno?
O porta-voz das FDI, contra-almirante Daniel Hagari, disse que os ataques militares na Faixa de Gaza estão dependentes da capacidade de reação do Hamas. “Estamos a destruir a capacidade do Hamas funcionar como governo do território; o grupo já não consegue administrar Gaza: o Hamas está em estado de anarquia e caos e precisamos aumentar esse estado. Os militares atacarão todos os envolvidos no ataque de sábado: “com os vídeos, estamos a identificar as pessoas que cometeram as atrocidades, usando reconhecimento facial. Não terão imunidade. Quem lhes dá abrigo está a assumir para si e para a sua família um risco muito grande”, disse Hagari – que adiantou ainda que obteve informações de membros dos Hamas presos pelas tropas de Israel que indicam a possível realização de novos ataques.
O país está unido?
Sim, ao contrário do que vai sendo hábito no país – extremamente dividido entre o ‘sim’ e o ‘não’ aos extremismos do governo da atual coligação no poder. O próprio presidente Isaac Herzog, considerado um moderado, disse que Israel está a preparar-se para uma extensa campanha militar contra o Hamas na Faixa de Gaza. “A minha nação está de luto. Esta tragédia atingiu quase todos os lares de Israel”, disse num briefing com jornalistas estrangeiros na Residência Presidencial em Jerusalém. “Será uma campanha longa e prolongada contra o Hamas, que é basicamente uma campanha longa e prolongada contra o ISIS”, disse.
Quantas vítimas há a registar?
Para além do milhar de mortos a registar de cada lado do conflito, a última atualização do Ministério da Saúde de Israel sobre o número de feridos regista 3.297 feridos foram levados a hospitais em todo o país desde a manhã de sábado. Destes, 28 estavam em estado crítico, 335 em estado grave, 581 em estado moderado e 1.805 em estado não preocupante. Há ainda 115 pessoas em avaliação médica e 142 que chegaram aos hospitais e foram internadas devido a choque psicológico. Atualmente, 423 feridos ainda estão hospitalizados: 111 em estado grave, 189 em estado moderado e 113 feridos leves.
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