A Aliança Democrática (AD), liderada por Luís Montenegro, ganhou as eleições legislativas, mas por uma margem muito reduzida, ficando dependente de acordos com outros partidos para conseguir fazer avançar as suas propostas e o Orçamento do Estado. A DBRS alerta que se não conseguir fazê-lo poderá haver novamente eleições no final deste ano ou início do próximo.
“Um governo liderado pela AD vai manter uma política fiscal sólida e a redução do rácio de dívida pública durante a próxima legislatura, usando a folga que tiver para reduzir impostos”, começa por referir a agência de notação numa nota publicada esta segunda-feira, deixando, contudo, alertas.
“Os partidos de centro-direita venceram as eleições por uma pequena margem e poderão enfrentar obstáculos significativos para manter um governo estável”, refere a DBRS, frisando que a “governação é a principal incerteza”.
A coligação que junta o PSD, CDS e PPM obteve 29,49% dos votos, contra 28,66% do PS, com 79 deputados para a AD e 77 para o partido liderado por Pedro Nuno Santos. Já o Chega conseguiu 18,06% dos votos, quadruplicando o número de deputados para 48. No seu discurso de vitória, Luís Montenegro voltou a repetir o que já tinha dito, de que não haverá um acordo com o partido de André Ventura.
“O principal risco está relacionado com um parlamento bloqueado e um governo instável, o que complica a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em Portugal”, nota.
“Na nossa perspetiva, mais do que as finanças públicas, o principal risco de curto prazo é o possível atraso na implementação das reformas e investimentos previstos no PRR. Se o novo governo não conseguir aprovar legislação, isto pode aumentar a possibilidade de outra ronda de eleições no final deste ano ou no início do próximo”, diz Javier Rouillet, vice-presidente sénior da Morningstar DBRS.
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