A agência de notação financeira DBRS manteve esta segunda-feira nos 2,3% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português este ano, considerando-o um “ritmo saudável, apesar de mais moderado do que em 2017”.
Segundo a agência canadiana – que na sexta-feira manteve o ‘rating’ atribuído a Portugal em ‘BBB’, com perspetiva estável – os riscos que ameaçam as perspetivas de crescimento de curto prazo “aumentaram e são sobretudo de natureza externa, relacionados com um agravamento mais acentuado do que o esperado das condições financeiras e com a escalada do protecionismo comercial”.
Na nota divulgada hoje, a DBRS antecipa que o défice orçamental, o rácio da dívida pública sobre o PIB e o crédito mal parado dos bancos portugueses “continuem a diminuir”, mas adverte que “o rácio da dívida, que se espera que recue para perto dos 120% do PIB este ano, continua alto e deixa as finanças públicas vulneráveis a choques negativos”.
Adicionalmente, refere, “também o crédito mal parado continua alto, sobretudo no setor empresarial”.
De acordo com a agência de notação, os ‘ratings’ de Portugal “podem ser pressionados em alta se excedentes primários sustentados e um crescimento económico estável permitirem uma redução adicional do rácio da dívida pública”, sendo que “progressos adicionais na redução do crédito mal parado também teria um efeito positivo nos ‘ratings’”.
Contudo, avisa, “os ‘ratings’ podem também ser pressionados em baixa se houver uma inversão na trajetória descendente da dívida pública, uma deterioração das perspetivas de crescimento ou um enfraquecimento no compromisso político com políticas económicas sustentáveis”.
Na sexta-feira passada a DBRS manteve o ‘rating’ atribuído a Portugal em ‘BBB’, com perspetiva estável, depois de em abril ter melhorado a notação financeira de ‘BBB (baixo)’.
No comunicado então emitido, a agência referiu que “a confirmação da perspetiva estável reflete a visão da DBRS que os riscos para a notação estão amplamente equilibrados”, salientando que, “embora moderado na primeira metade de 2018, quando comparado com 2017, projeta-se um crescimento real do PIB de 2,3% para o ano completo, acima da média da zona euro”.
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