Pedro Nuno Santos, candidato à liderança do PS, almoçou com os representantes da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), tendo no fim afirmado aos jornalistas que a decisão sobre a localização do aeroporto ” é demasiado importante” e “tem de ser tomada pelo Governo”. Eu acho que nós devemos procurar consenso com o PSD, e com os outros partidos também, mas, independentemente de procurarmos esse consenso, a decisão tem de ser tomada. Portugal já faz estudos há 50 anos, já chega”.
O político foi questionado sobre diversos temas, no entanto garantiu que a reunião com a CIP foi muito importante porque ” há desde logo uma sintonia de objetivos, nomeadamente de objetivos relacionados com um crescimento económico, um aumento da produtividade e alteração do perfil de especialização da nossa economia, mas também de aumento dos salários, estes objetivos são partilhados e há caminhos para conseguir atingir estes objetivos que também são comuns. Julgo que há espaço para nós conseguirmos trabalhar, construir uma concertação estratégica para a economia portuguesa que envolva a CIP. A CIP fez já um trabalho relevante, nós não concordamos com tudo, mas é uma base de trabalho”.
Os jornalistas aproveitaram o momento para questionar sobre algumas medidas aplicadas às empresas, nomeadamente sobre a redução do IRC, tendo o candidato afirmado que “há aspetos mais importantes para as empresas; nós estamos sempre a ir pelo caminho aparentemente mais fácil, focarmo-nos na dimensão fiscal ou laboral, mas há áreas muito mais importantes para as nossas empresas, como o apoio a internacionalização, e quando eu digo apoio à internacionalização, não é só apoio às exportações, mas sim apoiar as nossas empresas a fazer aquisições noutras economias, que permitam consolidar a presença de empresas portuguesas no estrangeiro”.
“No que diz respeito à capitalização nós ainda temos maiores incentivos ao financiamento de capital social recorrendo a capitais alheios e nós queremos que haja um tratamento fiscal igual quando as empresas recorrem aos capitais próprios para se financiarem. Há muito trabalho que pode ser feito em conjunto com as organizações que representam as nossas empresas, como a CIP, que nós queremos continuar”, salienta Pedro Nuno Santos.
O candidato à liderança do PS sublinhou ainda que “só há uma forma de conseguirmos aumentar salários em Portugal, e sobre isso não haja a menor dúvida, é alterando o perfil de especialização da nossa economia, é com empresas mais fortes, e por isso nós queremos trabalhar com a CIP e outras organizações para consertarmos uma estratégia para o desenvolvimento económico”.
A recuperação salarial e o aumento dos salários “continua a ser um objetivo para nós, mas queremos ter verdadeiramente uma economia com empresas mais fortes para mais facilmente conseguirmos aumentar os salários, queremos que a população portuguesa tenha um nível salarial superior. Agora isso faz-se com as empresas e com os empresários, e é esse trabalho que queremos fazer”, garante Pedro Nuno Santos.
O político defende ainda a recuperação do tempo integral de serviço dos professores. “Entendo que, da mesma forma que o Estado exige que as empresas do sector privado cumpram os contratos com os seus trabalhadores, o Estado deve dar o exemplo com os seus, e dentro das margens orçamentais, do objetivo que nós temos da redução da dívida pública, nós devemos reconhecer integralmente o tempo de serviço dos professores”.
Quanto ao resto dos funcionários da administração pública, Pedro Nuno Santos afirma que “aquilo que tem peso e significado são as carreiras dos professores, porque, no que diz respeito às carreiras que dependem da pontuação, esse trabalho já foi feito e já foi considerado o tempo de serviço que estava congelado, onde não se avançou foi na dos professores. Reconhecer o tempo integral é fundamental, por razões de principio, mas também porque precisamos de valorizar e dignificar as carreiras na administração pública”.
“Ao contrário do PSD, nós achamos que este trabalho de recuperação de tempo de serviço deve ser construída com os sindicatos que representam os trabalhadores; obviamente vamos conciliando os dois objetivos, de redução da dívida pública e os objetivos das organizações que representam os professores”, salienta o candidata à liderança do PS.
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