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Declarações de Cadete de Matos “desrespeitam o investimento realizado pela MEO”, diz CEO da Altice Portugal

CEO da Altice Portugal responde a declarações do presidente cessante da Anacom João Cadete de Matos. “Do regulador espera-se uma atuação isenta”, diz.
9 Dezembro 2023, 16h55

João Cadete de Matos, até agora presidente da Anacom, que será substituído por Sandra Maximiano, disse numa conferência de impressa que “a MEO não tem investido ao mesmo ritmo” que as concorrentes. Mas a CEO da Altice não se deixou ficar e no Linkedin deixou uma resposta.

“Não tenho por hábito comentar declarações públicas de entidades reguladoras. No entanto, não posso deixar de mostrar a minha surpresa pelas últimas declarações do Presidente cessante da Anacom – Autoridade Nacional de Comunicações sobre o nível de investimento da MEO, quanto ao teor e ao timing das mesmas”.

Ana Figueiredo não poupa a críticas dizendo que as declarações de Cadete de Matos “desrespeitam o investimento realizado pela empresa e o trabalho desenvolvido diariamente por mais de 6.000 colaboradores”.

“Convém lembrar e sublinhar alguns dados factuais e rigorosos. A MEO é, há vários anos, segundo números da própria Anacom, a operadora com menor número de reclamações por 1.000 clientes; é, de maneira consistente, líder de mercado em todos os segmentos e a operadora preferida dos portugueses; é a operadora que mais investiu em redes de última geração, com uma cobertura de fibra de 90% das casas dos portugueses e 95% de cobertura em 5G; é a operadora que mais investe em Research and Development (R&D) em Portugal, com maior número de patentes internacionais registadas, exportando tecnologia portuguesa para vários continentes;  é ainda o único operador que, devido à competência das suas equipas, reconhecida internacionalmente, promove Portugal como hub para a indústria de cabos submarinos”.

“De acordo com os princípios orientadores definidos pela própria Anacom, de um regulador espera-se uma atuação isenta e transparente, assente na excelência e no rigor técnico, apoiada na competência, no profissionalismo e na melhoria contínua, antecipando a evolução do sector e do mercado, aspectos que não foram tido em consideração nas declarações proferidas”, sublinha Ana Figueiredo.

Num encontro com jornalistas para fazer o balanço do seu mandato, no dia em que o Conselho de Ministros aprovou a nomeação de Sandra Maximiano para o substituir no cargo, João Cadete de Matos disse que as melhorias na cobertura da NOS e da Vodafone resultam das obrigações impostas pelo leilão do 5G e do acordo de partilha de infraestruturas móveis que ambas estabeleceram em fevereiro de 2020.

Cadete de Matos disse que a “NOS e a Vodafone têm conseguido melhorar a cobertura de rede móvel nos últimos dois anos. Mas a MEO tem ficado para trás, pois não tem investido ao mesmo ritmo” do que as concorrentes. As citações foram avançadas pelo jornal “Eco”.

O Conselho de Ministros, o último deste Governo, aprovou hoje as nomeações de – Sandra Maximiano para o cargo de presidente do conselho de administração da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e Ana Cristina Vieira da Mata para o cargo de presidente do conselho de administração da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), segundo o comunicado do Governo.

No caso da Anacom, Sandra Maximiano sucede a João Cadete de Matos. Sandra Maximiano é doutorada em Economia pela Universidade de Amesterdão e é professora associada de Economia no ISEG, Universidade de Lisboa.

Na conferência de imprensa depois da reunião do Governo, Mariana Vieira da Silva, Ministra da Presidência, quando questionada sobre a nomeação dos presidentes da Anacom e ANAC, avançou que foram hoje nomeados os membros de ambas as entidades.

“Chegaram há pouco os pareceres da Assembleia da República relativos às audições realizadas e, portanto, foram nomeadas a Professora Sandra Maximiano para o cargo de presidente do Conselho de Administração da Autoridade Nacional de Comunicações e Ana Cristina Vieira da Mata para o cargo de presidente do Conselho de Administração da Autoridade para a Aviação Civil”, afirmou a Ministra da Presidência.

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