O ex-presidente do PSD considera que Marcelo Rebelo de Sousa teve “uma noite infeliz” com as declarações que saíram do encontro com a imprensa estrangeira. “Ao falar com a imprensa estrangeira, o Presidente da República teve uma noite infeliz, disse o que não devia ter dito e concentrou as atenções em si pelas piores razões. Foi tudo sem sentido”, disse Luís Marques Mendes no seu espaço de comentário na “SIC”.
Marques Mendes que as palavras proferidas sobre Luís Montenegro (atual primeiro-ministro) e António Costa (ex-primeiro-ministro), nomeadamente as comparações, foram “considerações deselegantes”, sendo que deu “explicações desnecessárias sobre as relações com o seu filho, que devem ser da intimidade familiar e não da praça pública” e “sobretudo a infelicidade da ideia sobre alegadas indemnizações às ex-colónias“, numa altura que antecedeu as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril e reuniões com PALOP.
Sobre as reparações, o comentador nota que “é uma ideia sem sentido, é um contencioso que não existe, é um tema que irrita a sociedade e que não se deve abordar à mesa do café com esta ligeireza. Ainda por cima sem concertação com o Governo, a única entidade com competência na matéria”.
Para Marques Mendes, foi “tudo muito infeliz”.
Apesar de evidenciar que Marcelo Rebelo de Sousa sempre apresentou um “registo muito informal”, Marques Mendes considera que “desta vez foi demais” e que o Presidente “tem de controlar este ímpeto, para o seu bem e do país”.
“Um Presidente da República deve ser um fator de união. Ao agira deste modo, o Presidente não está a unir, está a dividir”. Desta forma, Luís Marques Mendes lembra as críticas lançadas ao Presidente da República na Assembleia da República, aquando dos discursos sobre o 25 de Abril. “As críticas que lhe fizeram são lamentáveis, mas o Presidente da República deu azo a isso”, atirou.
“Um Presidente da República deve ser fator de equilíbrio. Ainda por cima quando a sociedade está muito radicalizada. Ao abordar como abordou temas como as indemnizações às ex-colónias, o Presidente só contribuiu para acrescentar radicalismo aos radicalismos já existentes”.
Marques Mendes falou ainda do “critério de oportunidade” das suas declarações. “Estamos numa altura em que o país precisa muito do Presidente da República, para fazer pontes e ajudar a ‘segurar’ a estabilidade”, isto numa altura em que a Assembleia “está muito fragmentada” e que “o Governo tem uma maioria muito escassa”. “Marcelo só pode ajudar o país se tiver a sua credibilidade em alta e se não delapidar o seu capital político. Intervenções como esta não ajudam. É preciso ter mais cuidado”, apontou o político.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com