O Ministério da Defesa esclareceu, numa nota emitida ao início da noite de terça-feira, que Nuno Melo não anunciou “qualquer medida sobre recrutamento de jovens delinquentes” para as Forças Armadas.
Em comunicado, a tutela refere que a “reflexão” do governante, “feita no contexto da Universidade Europa” e que “sublinhou as virtudes e potencialidades das Forças Armadas, contempla “uma via não explorada: a hipótese das Forças Armadas, em complemento das possibilidades que existem noutras entidades, poderem contribuir num contexto formativo de instrução, para a ressocialização de jovens e, por essa via, criarem melhores oportunidades ao longo da vida”.
“Em nenhum momento se referiram os termos, a forma, o modelo, ou o tempo”, sublinha o gabinete do ministro da Defesa.
Segundo o Ministério, “o pressuposto foi o de que as Forças Armadas são um ativo que não se define apenas pelos cenários de guerra” e que “em tempo de paz acrescentam em áreas muito diversas, do combate aos fogos, até modelos de “Escola de vida” em contextos formativos”.
A tutela acrescenta, para finalizar, que o ministro da Defesa está disponível “para prestar todos os esclarecimentos na Assembleia da República”.
No rescaldo das declarações de Nuno Melo, que o seu gabinete esclareceu veio esclarecer esta terça-feira, os líderes da Iniciativa Liberal (IL) e do Chega solicitaram uma audiência ao governante no Parlamento.
As declarações em causa foram proferidas no dia 27, na Universidade Europa, durante uma iniciativa de formação política do PSD.
“São institucionalizados por pequenos delitos, e na maior parte dos casos (essas instituições) só funcionam como uma escola de crime para a vida. Quantos destes jovens é que, se em vez de estarem institucionalizados sem nenhuma condição, pudessem cumprir um serviço militar, ter oportunidade de um exercício de formação, de autoridade, de valores, não poderiam ser mais tarde cidadãos muito melhores e simplesmente não lhes foi dada essa oportunidade?”, questionou o ministro da Defesa.
O presidente da Associação Nacional de Sargentos, António Lima Coelho, classificou, em declarações à Rádio Renascença, a ideia de Nuno Melo como “uma forma pouco séria” de tratar as Forças Armadas.
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