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IL quer ouvir ministro da Defesa sobre intenção de serviço militar ser pena alternativa

Rui Rocha defende que as Forças Armadas têm de ser “tratadas com dignidade” e que as declarações dos ministros da Defesa e Administração Interna visa transformá-las em “reformatórios de pequenos delinquentes”.
30 Abril 2024, 10h53

A Iniciativa Liberal (IL) anunciou nas redes sociais, na noite de segunda-feira, que vai chamar o ministro da Defesa, Nuno Melo, ao Parlamento para que este preste explicações sobre a “inenarrável intenção de ter criminosos de pequeno delito a fazer serviço militar”.

“Esta intenção foi já admitida pelo próprio ministro da Defesa e, ainda hoje [segunda-feira], novamente pela ministra da Administração Interna, pelo que tem de entender-se que se trata de uma possibilidade que o Governo está realmente a estudar e não apenas de uma afirmação isolada e irrefletida de Nuno Melo”, escreveu o líder da IL, Rui Rocha, na rede social X.

Para os liberais, “as Forças Armadas têm de ser tratadas com dignidade” e que o “caminho” para essa mesma dignidade “não é convertê-las em reformatório de pequenos delinquentes”.

Foi a 27 de abril que o ministro da Defesa, Nuno Melo, defendeu que os jovens que cometem pequenos delitos devem cumprir serviço militar. Importa lembrar que, nas últimas semanas, se têm debatido também a questão do serviço militar obrigatório.

“São institucionalizados por pequenos delitos, e na maior parte dos casos (essas instituições) só funcionam como uma escola de crime para a vida. Quantos destes jovens é que, se em vez de estarem institucionalizados sem nenhuma condição, pudessem cumprir um serviço militar, ter oportunidade de um exercício de formação, de autoridade, de valores, não poderiam ser mais tarde cidadãos muito melhores e simplesmente não lhes foi dada essa oportunidade?”, questionou Nuno Melo na Universidade Europa, uma iniciativa de formação política do PSD.

Por sua vez, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco referiu, na segunda-feira, que o ministro da Defesa “obviamente falou em nome de todo o Governo” aquando das suas declarações. “Aquilo que temos de admitir é que, em todas as soluções, é intenção do Governo implementá-las, adaptá-las aos atuais contextos que, como sabem, são muito exigentes”, frisou.

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