A balança comercial cabo-verdiana foi negativa em 67,5 milhões de euros em maio, reduzindo-se 11,6% em termos homólogos, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o relatório estatístico mensal do Comércio Externo do INE cabo-verdiano, este desempenho resulta da quebra de 10,5% nas importações, face a maio de 2022, para 7.883 milhões de escudos (71,3 milhões de euros), e de 31,9% nas reexportações, para 1.873 milhões de escudos (16,9 milhões de euros), enquanto as exportações aumentaram 14,9%, para 426 milhões de escudos (3,8 milhões de euros).
Ainda assim, a balança comercial de Cabo Verde voltou a ser negativa em maio – como em todos os meses anteriores -, em 7.457 milhões de escudos (67,5 milhões de euros), contra o défice de 8.438 milhões de escudos (76,4 milhões de euros) no mesmo mês de 2022.
Cabo Verde importa cerca de 80% dos alimentos que consome, segundo dados anteriores do Governo, devido à seca que afetou o arquipélago nos últimos quatro anos, e a produção de 80% da eletricidade ainda é dependente de centrais a combustíveis fósseis, o que obriga à importação de combustíveis refinados.
Em maio, a Europa manteve-se como “o principal cliente de Cabo Verde”, absorvendo 89,8% do total das exportações cabo-verdianas, nomeadamente Espanha (48,5%), Itália (21,4%) e Portugal (19,3%), e essencialmente produtos preparados e conservas (79,4%), segundo o INE.
Nas importações, o continente europeu continuou a ser, igualmente, o principal fornecedor de Cabo Verde, com um peso de 75,3% do total, sobretudo a partir de Portugal (45,2%) e Espanha (17,2%), além da China (5,6%) e dos Países Baixos (4,4%).
As importações de Cabo Verde aumentaram 25,5% em todo o ano 2022, enquanto as exportações diminuíram 3%, relativamente ao ano anterior, divulgou anteriormente o INE.
De acordo com os dados do comércio externo, em 2022 as exportações de Cabo Verde totalizaram 5.016 mil milhões de escudos (45 milhões de euros), correspondendo a um decréscimo de 3,0% face ao período homólogo.
No ano em estudo, a Europa continuou a ser o principal cliente de Cabo Verde, absorvendo 93,8% do total das exportações do país, um ligeiro aumento em relação ano anterior, que foi de 92,1%.
Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística – setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago – desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 19,6% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 e 17% em 2022, impulsionado pela retoma da procura turística.
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