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Défice das contas públicas de Cabo Verde triplicou de abril para maio

A taxa de desemprego no país deverá duplicar até final do ano, chegando a quase 20%.
21 Agosto 2020, 15h05

Cabo Verde fechou as contas públicas até maio com um défice de quase 35 milhões de euros, que praticamente triplicou no espaço de um mês, com os efeitos da crise económica provocada pela covid-19, segundo dados oficiais.

De acordo com um relatório mensal do Banco de Cabo Verde sobre indicadores económicos e financeiros, as contas públicas do país registaram em maio um défice de 3.824 milhões de escudos (34,8 milhões de euros), que compara com os 691 milhões de escudos (6,3 milhões de euros) do mesmo mês de 2019.

Tendo em conta a revisão em baixa da previsão do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde para 2020, no Orçamento do Estado Retificativo já em vigor, que passou a ser de 183.748 milhões de escudos (1.674 milhões de euros), o défice das contas públicas atingiu até maio o equivalente a 2% do PIB.

Até abril, de acordo com dados anteriores do Ministério das Finanças, o défice das contas públicas tinha sido de 1.230 milhões de escudos (11,1 milhões de euros), quase 0,7% do PIB, já com os primeiros efeitos da crise económica provocada pela covid-19.

“Numa conjuntura de moderação das despesas correntes e de queda das despesas de investimento, o aumento do défice da administração central ficou a dever-se à diminuição das receitas arrecadadas internamente, de acordo com o Ministério das Finanças”, lê-se no relatório do Banco de Cabo Verde, sobre os números de maio.

O mesmo relatório refere que as receitas fiscais reduziram 17% em maio, em termos homólogos, em função, principalmente, da redução da arrecadação do IVA e do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas, influenciado pela paragem praticamente total da economia, que depende das receitas do turismo.

“A evolução das receitas fiscais refletiu, por um lado, o impacto do confinamento obrigatório e das restrições às atividades não essenciais impostos pela declaração e renovações de estado de emergência no país e nas ilhas de Santiago e Boavista, e, por outro, os efeitos das medidas de mitigação dos impactos da pandemia da covid-19 na economia nacional”, acrescenta o BCV.

Devido à pandemia de covid-19, o Governo cabo-verdiano prevê para 2020 uma recessão económica que poderá oscilar entre os 6,8% e os 8,5% e um défice das contas públicas de até 11,4% do PIB. A taxa de desemprego no país deverá duplicar até final do ano, chegando a quase 20%.

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