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Depois do veto da Hungria e da Polónia à ‘bazuca’ europeia, Comissão diz que “há outras opções”

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse em entrevista à RTP que está “confiante” em executar o Next Generation EU. Elogiou o Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal e frisou que, “se tudo correr bem”, poderemos ter na Europa a primeira vacinação contra a Covid-19 antes do final do ano.
30 Novembro 2020, 21h37

“Queremos um acordo para todos, mas há outras opções”. Foi com esta frase que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, respondeu à questão sobre se seria possível chegar a um acordo para o Next Generation EU com apenas 25 países, depois de a Hungria e a Polónia o terem vetado no dia 16 deste mês.

Em entrevista exclusiva à RTP, von der Leyen sublinhou que “a Comissão está determinada e eu estou muito confiante de que conseguiremos executar o Next Generation EU”, o programa de recuperação e resiliência europeu para estimular as economias da União Europeia.

O Next Generation EU, a tal ‘bazuca’ europeia de 750 mil milhões de euros, está incluído no orçamento europeu 2021-2027 e, por estar condicionado ao respeito pelo Estado de Direito, foi vetado pela Hungria e Polónia, pondo assim em risco a sua execução por carece de aprovação unânime dos 27.

Ao abrigo do Next Generation EU, Portugal receberá cerca de 29 mil milhões de euros, em empréstimos e subvenções a fundo perdido, realçou esta noite Ursula von Der Leyen.

Portugal, que já entregou a primeira versão do Plano de Recuperação e Resiliência — o documento que executa os fundos da ‘bazuca’ europeia — foi elogiado pela presidente da Comissão Europeia. “Lembro-me quando o primeiro rascunho foi apresentado e foi uma experiência muito positiva. Fiquei impressionada por ver o quão ponderado é o Plano de Recuperação e Resiliência. Estou confiante de que o Plano de Recuperação e Resiliência será muito recebido”.

A presidente da Comissão Europeia disse que o Governo português terá à disposição, a partir de amanhã, três mil milhões de euros para ajudar o emprego, ao abrigo do programa SURE.

“Este programa diz às empresas para não despedirem, mesmo que não haja muito trabalho. Nós vamos dar subsídios aos salários através do SURE, de forma a que as empresas saudáveis consigam manter-se em atividade e, quando a crise acabar e o mercado retomar, possam dar conta das encomendas porque terão o capital humano nas empresas. É para isso que servem os três mil milhões de euros do SURE, sendo que o pacote total para Portugal é de 5,9 mil milhões de euros”.

Em relação à crise sanitária, von der Leyen vincou que “há luz ao fundo do túnel”, numa altura em que se espera que as vacinas contra a Covid-19 cheguem ao mercado. “A Comissão Europeia assinou seis contratos para as vacinas, por isso temos um portefólio alargado. E, se tudo correr bem, poderemos ter a primeira vacinação já no final deste ano e gradualmente aumentá-la. Com a vacinação, vamos erradicar o vírus”.

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