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“Derrota amarga do socialismo” e “ascensão dos populistas”: Como a imprensa internacional viu as eleições

Imprensa espanhola destaca a vitória da direita, embora com “grande incerteza na governabilidade do país. Em França o resultado das eleições é classificado como “um terramoto para a pequena nação ibérica”, face ao risco da Aliança Democrática se aliar à extrema-direita para criar um Governo maioritário.
FERNANDO VELUDO/LUSA
11 Março 2024, 10h31

Os resultados das eleições legislativas no último domingo em Portugal que deram uma vitória pela margem mínima à Aliança Democrática (AD) e o crescimento expressivo do Chega não passaram despercebidos à imprensa internacional.

Na vizinha Espanha, o “El País” fala numa viragem à direita dos portugueses, mas cujo resultado apresenta “uma grande incerteza sobre a governabilidade do país”. Ainda assim, destaca, a vitória foi do Chega de André Ventura. Já o espanhol digital “El Economista” optou por dar destaque ao facto da ultradireita se ter oferecido para formar Governo.

Em França, o “Le Fígaro” considera que houve “um terramoto para a pequena nação ibérica” e que a Aliança Democrática de ter que se aliar à extrema-direita “que está a fazer um avanço espetacular”.

Por Terras de Sua Majestade, o “The Guardian” destaca a vitória da “aliança de centro-direita”, que “rejeita papel à extrema-direita” de Ventura para formar Governo, mesmo sem ter uma maioria absoluta. Esta publicação assume que Montenegro “reclamou vitória após uma corrida eleitoral renhida [com PS], que viu o avança da extrema-direita”.

Já a “BBC”, também do Reino Unido, adianta que a AD teve “uma vitória eleitoral apertada, mas poucas hipóteses de formar um governo maioritário”. “O líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, disse aos apoiantes que os portugueses votaram pela mudança, embora a margem de vitória não tenha sido convincente”, evidencia. A “BBC” relembra ainda que “Portugal enfrenta o seu Parlamento mais fragmentado desde o fim da ditadura, há meio século”, precisamente no ano em que se assinalam 50 anos de Revolução dos Cravos.

O alemão “Der Spiegel” destaca que os “socialistas sofreram uma derrota amarga”, numa noite onde o grande vencedor foi “o partido populista de direita Chega”.

De resto, o jornal belga “La Libre” refere que “Portugal vira-se para a direita com a ascensão dos populistas”, dando algum destaque à agora terceira força política. A rádio e televisão pública belga “RTBF” destaca uma “vitória apertada do centro-direita e forte impulso populista”.

No outro lado do Atlântico, no Brasil, a Globo salienta que a noite eleitoral portuguesa ficou marcada “pela ascensão do Chega, de extrema-direita”, evidenciando os 48 lugares parlamentares agora conquistados. O “g1” do Brasil nota ainda o fim do bipartidarismo devido aos 18% alcançados pelo Chega, destacando também que no ano passado “Portugal tinha um dos governos mais sólidos e estáveis da Europa, formado por maioria absoluta” do PS, que “tinha mais de metade dos assentos, uma raridade nos sistemas parlamentaristas do continente”. A verdade é que o PS de Costa somava 120 lugares na Assembleia da República e o PS de Pedro Nuno Santos vai contar apenas com 77 assentos.

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