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Desafio número um para Portugal? O peso da dívida, um dos maiores no mundo, avisa a Moody’s

A agência de notação sublinha, no entanto, que o rácio da dívida continuaria a descer mesmo em caso de choques negativos externos nas áreas do crescimento, política orçamental, taxas de juro ou câmbio.as perspetivas de crescimento económico do país são “moderadas”.
13 Fevereiro 2020, 09h54

A redução significativa do endividamento da economia portuguesa deverá continuar mesmo em caso de choques externos, mas o peso da dívida permance o principal desafio, pois é um dos maiores no mundo, afirmou esta quinta-feira Sarah Carlson, senior vice-president do Sovereign Risk Group da Moody’s.

“Quais são os desafios? Número um na lista é claramente o tamanho da dívida”, disse a responsável da agência de notação, numa conferência em Lisboa.”É um dos maiores fardos de dívida no nosso universo de análise de ratings, e isso constitui ainda um desafio material”.

Segundo o Orçamento do Estado para 2020 aprovado pelo Parlamento na semana passada, o peso da dívida pública deverá descer para 116,2% em do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, de 119,3% em 2019.

Sarah Carlson explicou que quando analisa o risco de crédito de soberanos conduz stress tests, para availar o impacto na descida da dívida no caso de choques externos nas áreas do crescimento, política orçamental, taxas de juro, câmbio ou uma combinação destes fatores.

“E o que vemos é que em todos estes cenários, à excepção do mais duro, o choque combinado, o peso da dívida continua a cair”, sublinhou. “No caso de um choque ao crescimento caí de forma um bocado mais lenta do que anteriormente, mas continua a cair, e mesmo no choque combinado a dívida fica mais ou menos onde está”.

A Moody’s tem a notação da dívida soberana portuguesa em Baa3, com perspetiva positiva, ou seja no primeiro patamar de grau de investimento e um nível abaixos dos ratings atribuídos pela Standard & Poor’s e pela Fitch, de BBB.

Sarah Carlson explicou que a Moody’s atribui o outlook positivo a Portugal devido aos níveis de riqueza e diversificação da economia, às reformas estruturais implementadas desde o pedido de resgate financeiro em 2011 e à força das instituições de permitiu essa implementação.

A responsável explicou que a agência vê as perspetivas de crescimento económico do país como “moderadas”, mas adiantou que a Moody’s antevê um excedente orçamental este ano, de 0,1%, o que compara com os 0,2% projectados pelo Governo no Orçamento do Estado.

“Portugal é um país no qual a convergência de rendimentos ainda está a acontecer e as perspectivas de crescimento são moderadas, dado onde está em relação aos vizinhos em termos de níveis de rendimentos”, sublinhou.

[Atualizada às 10h16]

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