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Desde Eisenhower que nenhum presidente impulsionava Wall Street como Trump

O índice financeiro S&P 500 subiu 28% entre a eleição de Donald Trump em novembro de 2016 e as eleições intercalares. A performance ultrapassa a de qualquer outro presidente (no mesmo período) nos últimos 64 anos.
  • Brendan McDermid / Reuters
7 Novembro 2018, 07h10

Donald Trump chegou a meio do mandato como presidente dos Estados Unidos e enfrenta, esta semana, o teste das eleições intercalares. O norte-americano tem chamado a si os louros pelo rally acionista e os dados dão-lhe razão. Desde Dwight D. Eisenhower (cujo mandato durou entre 1953 e 1961) que um presidente não assistia a ganhos dos níveis atuais.

O índice financeiro S&P 500 subiu 28% entre a eleição de Donald Trump em novembro de 2016 e as eleições intercalares, que se realizaram esta terça-feira. Os dados compilados pela Reuters indicam que a performance ultrapassa a de qualquer outro presidente (no mesmo período) nos últimos 64 anos.

Apenas Eisenhower ultrapassou o feito, com uma valorização de 29%. Os primeiros dois anos de presidentes como Barack Obama, Bill Clinton, George H. W. Bush ou Ronald Reagan foi de ganhos inferiores a 20%, enquanto Jimmy Carter, Gerald Ford e Richard Nixon assistiram a perdas do S&P 500 inferires a 20%. No caso de George W. Bush (cujos dois primeiros anos foram entre 2001 e 2003) viu um tombo do índice superior a 35%.

A grande razão para o feito foi a maior reforma fiscal dos últimos 30 anos, nos EUA, aprovada no ano passado. O corte nos impostos impulsionou os lucros empresariais – incluindo no já prospero setor tecnológico – e, consequentemente, as ações.

O forte desempenho do mercado acionista nos primeiros dois de Trump na Casa Branca já passou por dois sell-offs – em janeiro e em outubro deste ano – que levaram os analistas a anteciparem o princípio do fim. A guerra comercial e o aumento das taxas de juros de referência devido à aceleração da inflação aumentaram a cautela entre os investidores.

No entanto, o desempenho dos mercados nos próximos dois anos é ainda incerto e será influenciado pelo resultado das eleições. “O cenário mais provável projectado pelas sondagens é uma Câmara dos Representantes controlada por Democratas e um Senado controlado pelo Partido Republicano – este é também o cenário-base esperado pelos mercados”, explicaram os analistas do BiG – Banco de Investimento Global, numa nota de research.

“O facto de Donald Trump poder perder o controlo da Câmara dos Representantes faz com que os investidores permaneçam receosos e se a perda da Câmara efectivamente se materializar, o mercado poderá reagir de forma negativa uma vez que algumas políticas de Trump com vista à dinamização económica poderão não ser aprovadas”, sublinharam.

Donald Trump prometeu uma nova descida nos impostos – incluindo para as famílias de classe média – que está dependente das eleições. Apesar dos dados robustos dos primeiros dois anos, falta ainda mais de metade da presidência, o que significa que desempenho do mercado durante todo o período é incerto. O presidente democrata Bill Clinton – prior performer nos primeiros dois anos – acabou por assistir ao S&P 500 triplicar os ganhos no acumulado dos dois mandatos na Casa Branca.

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