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DevOps, o mundo por trás das atualizações dos nossos smartphones

Update no sistema operativo do iPhone ou Android? Fique a perceber o que está por trás das atualizações dos sistemas operativos dos nossos smartphones.
  • Cristina Bernardo
20 Setembro 2018, 16h21

Sabia que se tiver um sistema operativo iOS ou Android, está a utilizar uma tecnologia de produção de software da qual provavelmente nunca ouviu falar? Já reparou que por vezes a aplicação da Netflix tem funcionalidades diferentes de um dia para o outro? As empresas de produção de software mais desenvolvidas no mundo da tecnologia fazem software com recurso a metodologia chamada ‘DevOps’, uma metodologia que tem grandes impactos para os consumidores finais de, por exemplo, dispositivos móveis, mas também na estrutura das empresas.

Na 10º edição do Q-Day, uma conferência anual da Quidgest, uma empresa de produção de software da qual o Jornal Económico é media partner, o ‘DevOps’ consegue aumentar a eficiência e a qualidade do software que suporta soluções tecnológicas, como os sistemas operativos iOS ou Android.

António Howcroft, fundador da Fiercely, explicou que atualmente o software “é cada vez mais complexo e as soluções que suporta têm um tempo de vida cada vez mais curto, colocando maior pressão nos programadores informáticos”.

O ‘DevOps’ agiliza o processo de produção de software que, por seu turno, suaviza a relação entre as dimensões do negócio e dos sistemas de informação das empresas. Para Manuel Pais, consultor de DevOps, com profundo conhecimento do capital humano necessário para desenvolver este modelo tecnológico, a origem do DevOps “advém de uma barreira existente entre o desenvolvimento de software e as operações da empresa”. Como? Howcroft respondeu que “a velocidade com que as empresas reagem a quebras de serviço é maior” durante as fases de produção e de pós-produção de um serviço informático.

A nível do impacto do DevOps na estrutura empresarial, Howcroft reconheceu que “o DevOps acarreta problemas de liderança, questionando a estrutura tradicional das empresas, nomeadamente, sobre em quem incumbe a chefia”. Num nível hierárquico mais baixo, o consultor Manuel Pais, incrementa “a métrica do fluxo de trabalho” das organizações que produzem software.

O “DevOps obriga a uma cultura com mais capacidades e talento, sendo que a automatização também é também uma vertente importante”, disse. “Empresas como a Amazon ou a Netflix, [com o DevOps], atingem uma ordem de magnitude com melhor produção, realizando cerca de 30 vezes mais deployments com 60 vezes maior taxa de sucesso, podendo todos os dias fazer uma alteração incremental nos serviços”.

A Quidgest realizou recentemente um projeto “ambicioso” para a Universidade Nova de Lisboa (UNL), disse Pedro costa, engenheiro da empresa e responsável pela instalação do ERP naquela faculdade. “O projeto consistia em organizar todas as faculdades da UNL num só sistema”, explicou. “A Quidgest implementou DevOps na universidade Nova”.

Com a implementação do DevOps, “todo o ciclo de produção tornou-se mais agilizado” e ajudou a “a melhorar a eficiência, agilizou o negocio, maior rapidez de desenvolvimento e melhor qualidade nas entregas subjacentes as soluções tecnológicos” da UNL, disse Pedro Costa. Revolucionário na sua essência, a plataforma ‘Genio’, produção de software da permitiu automatizar o ciclo de produção e testes, dando respostas mais rápidas às falhas do sistema operativo e com o menor impacto para o cliente”.

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