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Dinamismo e dignidade: um rumo para Lisboa

É fácil amar Lisboa, mas não é preciso só amá-la. É preciso compreendê-la. E o paradoxo que vive Lisboa hoje é que quem deveria conhecê-la melhor – em particular, o poder político que a governa – é quem demonstra menos interesse em compreendê-la.
27 Setembro 2024, 18h00

Que Lisboa é fácil de ser amada explica-se brevemente de maneira a demonstrar que sempre foi assim. Quando os romanos aqui chegaram, pegaram no nome fenício que a cidade já tinha, Olissippo, e decidiram acrescentar mais dois da sua lavra: Felicitas Iulia. O primeiro nome da cidade ficou assim sendo, simplesmente, felicidade.

Percebe-se bem porquê: mais de dois mil anos depois, as pessoas continuam a chegar a esta cidade das colinas à beira-Tejo e ouvem-se a si mesmas dizer: eu era capaz de ser feliz aqui. Não há quase quem o não faça, o que significa que o número potencial de interessados a viver em Lisboa, a comprar casa em Lisboa, a trabalhar em Lisboa ou a trabalhar a partir de Lisboa, ultrapassa em muito aquilo que até os seus governantes estão capazes de conceber.

Mas voltando aos romanos, há também outra coisa que eles fizeram: aproveitando-se da semelhança entre o nome fenício da cidade Olisippo e o do herói grego do poema de Homero, Ulisses, começaram a dizer a toda a gente que Lisboa fora fundada por uma personagem lendária que, mesmo na Antiguidade, toda a gente conhecia, e que no Renascimento voltou a ser aproveitada pelos nossos humanistas para identificar Lisboa com uma narrativa: a da capacidade de dialogar, imaginar e inventar soluções.

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