[weglot_switcher]

Dona da Louis Vuitton afunda na bolsa após falhar estimativas do trimestre

Presidente e CEO da LVMH, Bernard Arnault, assume que “os resultados do primeiro semestre do ano refletem a notável resiliência da LVMH”, tendo sido impactados pelo “clima de incerteza económica e geopolítica” sentido desde o início do ano.  
24 Julho 2024, 10h34

As ações da gigante de luxo Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH) estão a afundar na bolsa de Paris, depois da empresa revelar uma quebra de lucros na ordem dos 14% no primeiro semestre, para 7,3 mil milhões de euros. Os títulos da cotada de luxo estão a perder 4,15% para 662,90 euros pelas 9h50 da manhã.

No entanto, os meios de comunicação internacionais dão conta de uma queda superior a 6% nas negociações da cotada. Caso as quedas se acentuem, esta poderá ser a maior quebra diária desde outubro do ano passado, quando as vendas do segundo trimestre falharam as estimativas inicialmente apresentadas.

A gigante do luxo revelou que as vendas caíram 1,1% em termos homólogos no segundo trimestre do ano para 20,98 mil milhões de euros, abaixo das estimativas de 21,6 mil milhões de euros dos analistas.

Em comunicado, o presidente e CEO da LVMH, Bernard Arnault, assume que “os resultados do primeiro semestre do ano refletem a notável resiliência da LVMH, apoiada pela forma das suas maisons e pela capacidade de resposta das suas equipas num clima de incerteza económica e geopolítica”.

De facto, o relatório mostra que o segmento de vinhos e bebidas espirituosas caiu 9% em termos de receitas, a moda e marroquinaria apresentou um crescimento de 1%, os perfumes e cosméticos aumentaram 6%, a relojoaria e joalharia tiveram um declínio de 3% e o retalho seletivo teve um crescimento de 8%.

“Impulsionados como sempre pelo nosso duplo foco na conveniência e na responsabilidade, continuámos a trabalhar para alcançar os objetivos definidos nos nossos programas de ação ambiental e social”, sustenta o relatório e contas, lembrando que a LVMH é patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Paris 2024 e que estes eventos serão “uma oportunidade para França brilhar na cena mundial”.

Sustenta a gigante do luxo que a quebra nos lucros se sentiu devido à desaceleração económica da China e repressão de Pequim à demonstração de riqueza, o que levou algumas marcas a cair. As vendas na Ásia (que excluem o Japão) caíram 14% entre abril e junho, pressionando ainda mais o declínio de 6% nos primeiros três meses do ano.

Já o free cash flow (fluxo de caixa livre operacional) ultrapassou os três mil milhões de euros no primeiro semestre de 2024, um valor que representa um aumento significativo em termos homólogos. O mercado europeu e norte-americano deu algum impulso às contas do grupo que agrupa mais de 75 marcas de luxo .

Apesar de números pouco satisfatórios para o grupo de luxo, o CEO mostrou-se otimista em relação ao segundo semestre do ano. O mesmo não se pode dizer das negociações bolsistas, uma vez que os títulos da empresa caíram perto de 20% no último ano, impactando o seu valor.

Com as ações a perder terreno num dia ‘vermelho’ para Paris, a LVMH conta com uma capitalização bolsista na ordem dos 327,28 mil milhões de euros.

LVMH não anima luxo

A LVMH não é a única empresa de luxo a perder fulgor na sessão desta quarta-feira. De facto, a dona da Louis Vuitton está a levar à queda do sector do luxo nas bolsas.

Mostra disso é o facto da Hermès estar a recuar perto de 3% e a Kering (dona de marcas como Gucci, Balenciaga e Yves Saint Laurent) estar a perder mais de 4%.

Diz o calendário económico que a Kering apresenta contas às vendas e lucros do segundo trimestre após o fecho do mercado francês, enquanto a Hermès só irá apresentar contas amanhã. Estima-se que estas duas empresas também tenham sido impactadas com a desaceleração económica na China, após a pandemia e a contenção financeira de muitos consumidores.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.