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Dono da Iberia e da British Airways multiplica lucro por seis em 2023

O International Airlines Group atingiu lucros de 2.665 milhões devido à alta procura de viagens, como resultado do aumento da capacidade em ambos os lados do Atlântico.
29 Fevereiro 2024, 08h54

O grupo aéreo International Airlines Group (IAG), dono das companhias aéreas Iberia, Vueling e British Airways, fechou o exercício de 2023 com um lucro de 2.655 milhões de euros, multiplicando por seis os valores do ano passado, quando atingiu os 402 milhões. Ficou próximo do recorde histórico de 2018, imediatamente antes da pandemia, quando lucrou 2.897 milhões.

A intensa procura de viagens, especialmente no segmento de lazer – que segundo o IAG tem sido “sólida e sustentada” – aliada à transformação interna da empresa, permitiu que a margem operacional passasse dos 5,4% no fim de 2022 para 11,9% em 2023. A receita por passageiro cresceu 8,2% ano a ano.

Ao mesmo tempo, as receitas cresceram 27% para 29.453 milhões de euros (23.066 milhões de euros no ano anterior), os custos unitários caíram 4,4% e a dívida líquida caiu 1.140 milhões de euros para 9.245 milhões. O crescimento dos negócios e a queda do endividamento reduziram a relação dívida líquida/EBITDA para 1,7 vezes, que compara com as 3,1 de há meses atrás.

Na apresentação dos resultados, noticiada pelos jornais económicos, o grupo IAG prevê um 2024 positivo, com a confiança de que pode continuar a gerar um fluxo de caixa significativo (em 2023 foi de 1.300 milhões de euros), e manter um balanço sólido, em linha com o que agora apresentou. Para provar que está a ser feita uma leitura correta, o grupo adiantou que, neste momento, já atingiu 92% da faturação prevista para o primeiro trimestre e 62% para os primeiros seis meses do ano.

Em termos operacionais, a capacidade aumentou 22,6% em termos homólogos – o que explica a capacidade de responder ao aumento da procura – apoiada pelo crescimento dos dois lados do Atlântico. Mesmo assim, refere, essa capacidade ainda está 1,4% abaixo de 2019. Para este ano, esperam aumentar a oferta em mais 7%, como resultado do aumento das rotas e horários da British Airways no longo curso e das maiores ligações da Iberia à América Latina. O ano de 2024 tem, por isso, assegurado o recorde de oferta.

Mais especificamente, e segundo adianta o “El Economista”, o negócio em Espanha com as companhias aéreas como a Iberia, Iberia Express, Vueling e Level, gerou 1.400 milhões de euros em lucros operacionais, pouco mais de um terço do total, o que volta a colocar o país como um mercado-chave para o grupo.

Para o próximo exercício, a empresa está focada no desenvolvimento do seu programa de fidelização IAG Fidelidade, que aumentou os lucros em 17%, para 327 milhões de euros, e que é capaz de gerar grandes quantidades de tesouraria e contribuir para as margens elevadas.

Citado pelo “El Economista”, o CEO do grupo, Luis Gallego, revelou que 2024 será o ano para implementar uma nova estratégia desenhada para o longo prazo. “Iremos concentrar-nos no fortalecimento das nossas companhias e no desenvolvimento da fidelidade da procura, bem como na procura de oportunidades de crescimento de baixo capital intensivo. E faremos isso operando sob uma forte estrutura financeira e de sustentabilidade”, disse.

Recorde-se que a IAG admite a meio do ano passado concorrer à privatização da TAP, paralelamente ao processo de compra da Air Europa, caso as condições definidas pelo Governo português o permitam e façam sentido para a empresa. “Vamos ver o que o Governo português pondera neste processo e analisar se é interessante para a IAG”, indicou Luis Gallego em declarações à agência EFE.
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