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Dono da Zara acusado de explorar funcionários em Portugal

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) denunciou hoje o incumprimento do contrato coletivo por parte do grupo espanhol de moda Inditex e exigiu aumentos salariais e o respeito pelas normas de elaboração de horários.
18 Fevereiro 2019, 17h00

Em declarações aos jornalistas em frente à loja da Zara na rua de Santa Catarina, no Porto, a dirigente sindical Cristina Monteiro falou em “assédio, pressão e repressão exercida sobre os trabalhadores das várias insígnias do grupo Inditex”, que detém as marcas Zara, Zara Home, Bershka, Pull & Bear, Massimo Dutti, Stradivarius, Oysho e Uterque.

“Existem horários de trabalho desregulados e trocas constantes sem aviso prévio aos trabalhadores, que nunca sabem com a devida antecedência o horário e dias de folga”, sustentou a sindicalista, explicando que “os horários são afixados de véspera, desrespeitando o direito à conciliação da vida profissional com a pessoal e familiar”, sendo ainda imposta “ilegalmente, sem o acordo dos trabalhadores, a marcação de férias no período de inverno”.

Adicionalmente, disse, é exigido aos trabalhadores “que entrem 15 minutos mais cedo para poderem usufruir da pausa que já é sua por direito”.

A agência Lusa tentou obter um comentário do grupo Inditex, aguardando ainda uma resposta.

De acordo com a dirigente sindical, “apesar dos lucros astronómicos”, o grupo Inditex “continua a dar ‘acertos’ salariais discriminatórios e vergonhosos de seis, nove e 12 euros (ou mesmo zero euros), exigindo cada vez mais esforço aos trabalhadores e cada vez com menos trabalhadores por cada local de trabalho”.

Debaixo das críticas do sindicato – que reclama a negociação do contrato coletivo de trabalho, que diz já não ser negociado “há mais de dois anos” – está ainda o que diz ser uma “clara objetificação da mulher por parte da empresa, para promover a venda dos seus produtos”, designadamente com a imposição do uso de batom vermelho às funcionárias.

“Exigimos ainda que a área social e os vestiários nas lojas sejam devidamente limpos e o fim da música extremamente alta, protegendo a saúde dos trabalhadores e garantindo as condições de segurança e saúde no trabalho”, sustenta o CESP.

Esta iniciativa de protesto e denúncia do CESP está integrada na “Quinzena de Luta” promovida pelo sindicato desde a passada sexta-feira até ao final do mês de fevereiro.

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