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Dos “sonhadores” ao muro polémico: as diferentes perspetivas de Trump e Biden sobre a imigração

Das restrições aos emigrantes devido ao coronavírus, ao muro na fronteira com o México, são claras as diferentes perspetivas dos dois candidatos à Casa Branca
10 Agosto 2020, 13h52

As divergências entre Donald Trump e o adversário democrata Joe Biden são várias e no tema da imigração essas diferenças destacam-se ainda mais. Das restrições aos emigrantes devido ao coronavírus, ao muro na fronteira com o México, a Reuters enalteceu esta segunda-feira os aspetos ligados à imigração em divergem os candidatos à Casa Branca.

Restrições aos emigrantes durante a pandemia

Donald Trump reduziu drasticamente a imigração e as viagens para os Estados Unidos durante a pandemia do coronavírus, argumentando que as medidas eram necessárias por motivos de saúde e para proteger os empregos dos trabalhadores americanos face aos altos níveis de desemprego. Durante a pandemia, Trump restringiu a entrada de muitos trabalhadores estrangeiros e imigrantes que esperavam adquirir residência permanente nos EUA.

Por outro lado, Joe Biden partilhou no Twitter que Donald Trump estava a banir os imigrantes para desviar a atenção da resposta pandémica do seu governo e que “os imigrantes ajudam a expandir a economia e a criar empregos”.

Além das restrições, o presidente americano também implementou uma política de emergência de saúde pública que permite às autoridades dos EUA deportarem rapidamente imigrantes que estejam na fronteira EUA-México, incluindo menores sem os pais, contornando assim os habituais processos legais.

O adversário Joe Biden garantiu que interromperá as deportações durante 100 dias após assumir o cargo, mas durante a sua campanha ainda não comentou as regras a aplicar às fronteiras.

“Sonhadores”

O supremo tribunal dos EUA decidiu em junho contra a decisão de Donald Trump de 2017 de encerrar o programa que protege da deportação imigrantes popularmente conhecidos como “sonhadores”, que vieram para os Estados Unidos em crianças e permaneceram no país ilegalmente. Na decisão, o tribunal considerou o encerramento “arbitrário e caprichoso”. Por sua vez, o executivo de Trump emitiu um memorando em julho que restringiu este programa, bloqueando novas inscrições e permitindo apenas renovações que durassem um ano, menos do que o período atual de dois anos.

O programa em questão foi lançado pelo então presidente Barack Obama em 2012, e concede alívio de deportação e autorizações de trabalho a cerca de 644 mil jovens adultos hispânicos. Joe Biden, antigo vice-presidente do executivo de Barack Obama, assegurou que se for eleito presidente dos EUA irá reverter a “cruel” decisão de Trump e prometeu também fortalecer as condições para os ditos “sonhadores”, ao torna-los elegíveis ao auxílio federal

Separação das famílias

A política de “tolerância zero” de Trump de 2018, que consistia em processar as travessias ilegais da fronteira fez com que milhares de crianças fossem separadas à força dos pais e tutores legais detidos na fronteira com o México. A política, descrita pelo governo como um impedimento, gerou indignação, o que fez com que Trump assinasse uma ordem executiva para encerrar a prática, que ainda assim continuou a acontecer.

Segundo a Reuters, Joe Biden classificou a atitude de Trump como “tática de intimidação” e assegurou que seria uma prioridade reunir todas as crianças ainda separadas das suas famílias

Restrições a muçulmanos

Donald Trump assinou uma ordem uma ordem que proibia a entrada de imigrantes de sete países de maioria muçulmana, uma medida que Joe Biden e outros críticos dizem discriminar os muçulmanos. Um tribunal federal bloqueou a proibição inicial, mas em 2018 o supremo tribunal manteve uma versão alterada que, desde então, foi expandida a outros países. A nova versão impõe restrições a viajantes de cinco países de maioria muçulmana – Irão, Líbia, Somália, Síria e Iêmen. A Coreia do Norte e a Venezuela também enfrentam barreiras quanto à obtenção de visto, mas essas medidas afetam relativamente poucos imigrantes.

Muro na fronteira com o México

As promessas de Donald Trump de construir um muro ao longo da fronteira com o México foi um dos pontos de destaque da campanha de 2016, uma proposta que enfureceu os democratas. Apesar das criticas, o governo completou 265 milhas do muro de fronteira, com uma meta de 450 milhas até o final do ano. O México recurou-se a pagar por qualquer parte da construção, algo que ficou a cargo dos fundos do Pentágono.

Já no plano de imigração de Joe Biden, o democrata revela querer acabar com o desvio de fundos do Pentágono para construir o muro e pretende concentrar-se na fiscalização das fronteiras em investimentos como a melhoria das infraestruturas de triagem nos portos.

 

 

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