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É preciso “reconstruir” a economia e não apenas “recuperar” da pandemia, alerta Marcelo

O Presidente da República defendeu o mercado de capitais como alternativa de financiamento para as empresas, mas deixou recados sobre o uso do Plano de Recuperação e Resiliência, na conferência da CMVM.
25 Maio 2021, 19h33

“Temos consciência da importância das alternativas de financiamento para quem delas mais precisa, em particular as empresas”, disse o presidente da República na conferência online da CMVM sob o tema “Literacia sobre mercados de capitais em Portugal: diagnósticos e desafios”.

“A digitalização da informação tem consequências. Uma progressiva desintermediação na relação entre investidores e entidades emitentes, novos perfis de investidores, a entrada de investidores mais jovens, o aumento de transações financeiras nos canais digitais. Tudo isto coloca problemas a quem regula, a quem emite e a quem procura os produtos financeiros”, referiu o Presidente da República, que defendeu o papel da CMVM na credibilização do mercado de capitais.

O momento é crucial para nós, defendeu o chefe de Estado, que lembrou que “temos à nossa frente um de dois caminhos, recuperar ou reconstruir. Podemos ficar pelo recuperar, o que significa tentar voltar a 2019 ou perto disso, ou seja, tentar remendar o que a pandemia provocou no nosso tecido económico e social e institucional. Mas isso é curto”, defendeu Marcelo.

O Presidente da República diz que essa ambição é “curta” tendo em conta os “fundos disponíveis e é curta para “a oportunidade vivida na Europa que pode ser irrepetível” e para a “oportunidade vivida na nossa sociedade que pode ser irrepetível”.

A alternativa, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa, é “reconstruir”. É “ir mais além é ir à estrutura e não apenas à conjuntura. Não é remendar é procurar novos horizontes de médio e longo prazo”, defendeu o chefe de Estado.

É nesse horizonte de médio e longo prazo que entra a revitalização das empresas portuguesas, e daí a importância do mercado de capitais, considerou Marcelo que lembrou tratar-se de uma “questão estrutural”.

“É essa questão estrutural que deve ser enfrentada”, defendeu o Presidente da República que reforçou “que o espírito com que vamos enfrentar os próximos anos deve ser um espírito de reconstruir, também no mercado de capitais, também pelo que se renovou e renova por força da pandemia”, concluiu deixando o desejo “que no fim dos anos mais próximos possamos dizer que não desperdiçámos esta oportunidade”.

Marcelo Rebelo de Sousa discursou no seminário “Literacia sobre mercados de capitais em Portugal: diagnósticos e desafios”.

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