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Economia circular: “Num período de seca, ter água armazenada, quanto é que isso vai valer?”

Presidente da Águas do Tejo Atlântico salientou a necessidade de “ter o país preparado para dar resposta” à escassez de recursos, enquanto o presidente do Crédito Agrícola defendeu que o modelo da banca terá de se adaptar aos novos desafios, com a sustentabilidade como pano de fundo.
  • Cristina Bernardo
23 Outubro 2018, 11h22

O presidente da Águas do Tejo Atlântico, António Frazão, defendeu esta terça-feira, 23 de outubro, a importância da gestão de recursos naturais, considerando que este é um dos principais desafios do futuro.

No observatório “Economia circular: desafios e oportunidades para a economia portuguesa”, organizado pelo Crédito Agrícola em parceria com o Jornal Económico, António Frazão considerou o tratamento da água para consumo como um dos processos mais importantes e apontou que, apesar do trabalho já feito, Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer neste processo.

“[Em Portugal], ainda não estamos nessa fase [de beber água reciclada], mas há exemplos mundiais onde isso acontece. Isso é uma solução que é possível, viável e que pode vir a ser necessária”, disse.

O presidente da Águas do Tejo Atlânticosalientou a necessidade de “ter o país preparado para dar resposta” à escassez de recursos.

“A sustentabilidade levanta algumas questões. Num período de seca, ter água armazenada, quanto é que isso vai valer? Não só para abastecimento mas como para a agricultura”, exemplificou.

Já o presidente do conselho de administração do Crédito Agrícola, Licínio Pina, defendeu que o modelo tradicional da economia e da banca necessita de se adaptar aos novos desafios, devendo incluir o factor da sustentabilidade na gestão.

“Há alterações às quais nos temos que adaptar e caminhar noutros trilhos na economia”, disse, acrescentando que os modelos da banca “têm também que ser alterados com base nestas alterações”.

A ideia foi partilhada pela economista e professora universitária Sofia Santos, que dividiu a mesa com Licínio Pina e António Frazão, juntamente com o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta e a vice-presidente da direção da Associação Smart Waste, Ana Isabel Trigo de Morais, num debate moderado pelo diretor do Jornal Económico, Filipe Alves.

“Estamos a passar por uma fase de mudança essencial no modelo económico. A economia de mercado como existe hoje focou-se muito no curto prazo”, disse Sofia Santos, acrescentando que o plano de ação para a economia circular “é uma evidência que está na altura de agir, que identifica que é necessário conversar, que as parcerias são fundamentais”.

Para a professora universitária, a economia circular “é um exemplo concreto que para muitas das metas que estão em cima da mesa, os vários agentes económicos precisam encontrar soluções em conjunto”.

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